- Seu nome é Peter, estou certa?
- Sim – responde ele.
-Seus colegas não te contaram?
Um trovão é ouvido ao longe. A pergunta pegou Peter
desprevenido. Aquela era a segunda pessoa que fazia uma pergunta semelhante a
ele naquele dia.
- O que? – pergunta ele.
- Seu nome está associado com a morte – Responde Miki – Mas
não uma morte qualquer. Está associado a uma morte cruel e irracional, tendo a
escola como palco. Nessa escola, em especial a nossa classe, a turma B da 9ª
série, está mais próxima da morte do que as outras turmas.
-Morte?
O céu foi escurecendo à medida que Miki falava, como se as
nuvens soubessem do que se tratava.
-Você não sabe de nada? Não te contaram ainda? Ninguém te
contou?
-Sobre? – pergunta Peter.
-você logo descobrirá – respondeu Miki – já pode ter
começado.
Os corvos que estavam pousados na caixa de água bateram asas
e voaram para longe. O vento soprou gelado dessa vez, e fez com que os cabelos
da nuca de Peter se arrepiassem. As nuvens agora estão mais escuras e pesadas,
indicando que uma forte chuva virá. Os raios continuam trovejando, mas agora
estão um pouco distantes. Ela olha bem séria para Peter:
- É melhor você não se aproximar novamente. Você não deve
falar comigo de novo.
-Por quê?
-Você logo descobrirá. Adeus.
Ela sai andando, passa por ele e vira um pouco o rosto para
vê-lo. Ela abre a porta que a levará para a escada, olha mais uma vez para trás
e fecha a porta atrás de si. Peter ficou olhando por um período de tempo para a
porta fechada, sem entender, e cheio de perguntas sem respostas. O dia
escureceu tanto que parece que a noite chegou mais cedo do que devia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário