sexta-feira, 27 de junho de 2014

Conto erótico nº1

- Querido, vem cá.
- Que foi?
- Faz aquilo de novo comigo?
- O quê? Aquilo?
- É, aquilo.
- Então espera só um pouco.
................
- Anda logo!
- Pronto, voltei.
- Faz aqui?
- Aqui?
- Não, um pouco mais para cima.
- Aqui?
- Não, mais para cima.
- Aqui?
- Aí você foi demais. Volta um pouco... isso!
- Só aqui?
- Vai um pouco para a direita
- Aqui?
- Isso. Agora aperta.
- Assim, amor?
- Ai! Você apertou demais!
- Desculpe. Foi você que man...
- Você se desconcentrou e perdeu...
- A culpa foi sua.
- Tenta de novo.
- Tá bom.
- Vai logo! Para a esquerda agora.
- Assim?
- Isso. Agora vai devagar.
- Aqui?
- Isso!
- Agora vai, viu?
- Pode ir. Isso. Aí, aí. Sim. Isso.
- Aqui mesmo?
- Isso querido.
- Tem certeza, amor?
- Tenho. Agora coça.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Insulina (III)

Como sou burra! Fiz as pessoas que amo sofrerem por minha causa. Por que quis acabar com a minha vida por um motivo tão fútil? O que eu tinha na cabeça?
Sempre dizia que quem se matava era covarde demais para encarar a vida e os problemas. Não vejo motivos para alguém se matar. E escolhi o mais idiota, um capricho imbecil. Tantas pessoas piores que eu, nem por isso tiveram a atitude covarde que eu tive.
- Eu te amo, meu amor.
Sorrio, ainda entubada. Meu namorado e meus amigos estão preocupados à minha volta, mas não corro mais riscos.

sábado, 7 de junho de 2014

Insulina (II)

- Rápido, o imobilizador!
- Agulha, soro, esparadrapo!
- Meu Deus! A glicemia está muito baixa!
- O que aconteceu?
- Por que isso aconteceu?
- Precisamos de colocá-la na maca.
- Rápido, não vai dar tempo!
(Pip, pip, pip, pip)
- Batimentos cardíacos normais.
- Coloque-a na ambulância.
- Batimentos caindo!
- Mais soro! Mais soro!
- Ai meu Deus, Minha filha!
- Calma minha senhora.
- Batimentos cardíacos normais.
- Glicemia voltando ao normal.
- Calma gente, o perigo já passou.
- Meu amor, por que você fez isso comigo?
...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Insulina (I)

Adoro doces. Mas desde meus 8 anos meu corpo encara o açúcar como veneno. Meu pâncreas não produz insulina.
Já se passaram dez anos. Não aguento mais essa vida de levar uma farmácia para onde vou. Uma vez, por acidente, apliquei uma dose tão alta de insulina que quase foi letal. Hoje comemoro dois aniversários. O dia que nasci, e o outro é quando descobri o diabetes em minha vida.
Meus entes queridos não sabem, mas este aniversário vai ser diferente.
Meu lanche da noite vai ser perfeito. Vou ter um delicioso bolo de nozes, empadas e pão de queijo. A presença de meus amigos me fez um pouco mal. Afinal, a culpa não é deles, mas vão acabar sofrendo.
Apliquei uma dose a mais da insulina, e umas 4 a mais da lenta. Minha glicemia não será suficiente para me manter viva por muito tempo.
Se meus pais não descobrirem o que eu fiz, nunca mais vou vê-los. Nem meus amigos, professores, namorado, nem ninguém. Nunca mais vou verificar a maldita glicemia antes de comer, não vou ficar tonta e desmaiar de repente na aula de biologia ou de matemática, não aplicarei insulina, não terei que ficar levando um monte de coisas. Mas agradeço à essas coisas, pois elas acabarão comigo, e eu não sentirei dor.
Sinto apenas a maciez do meu travesseiro em baixo da minha cabeça. Vou ficando tonta, sinto que não tenho muito tempo. Tudo fica escuro.

Candie Harllot

Ela estava com a cabeça pousada sobre o travesseiro, os cabelos louros jogados para trás, as pernas meio abertas, os joelhos dobrados. Seu pijama era curto, típico de quem vai encontrar alguém e não usara a roupa por muito tempo. Ela dormia num sono profundo e havia colocado um lençol em todo o corpo, protegendo a cabeça.
Levantei-me do meu esconderijo, movi em silêncio para o pé da cama, depositei minha mala no chão. Lá estava o que eu precisava: panos, seringas, insulina, fitas, clorofórmio, medidor de glicemia. Eu não precisava de levar tudo, mas ela tinha quase tudo do lado da cama. Mas alguém poderia ter a infeliz ideia de olhar o valor do medidor e comparar com o nível de glicos no sangue.
Mas ninguém olharia, pois somente eu saberia que o medidor marcará u valor falso, equivalente ao nível de insulina no sangue. As pessoas vão acreditar que foi parada cardíaca ou qualquer outra coisa, mas não explicarão porque uma jovem de 18 anos teve uma morte dessas.
Embebedo o pano com o clorofórmio e faço-a desmaiar. Ela mal luta contra o cheiro e meus braços segurando seu corpo frágil. Faço a glicemia. 95. Altero o valor no medidor dela para 300. Um número bem alto.
Pego a "caneta" verde com a insulina de efeito rápido. Rodo a parte de cima para 6 unidades. A insulina, ao penetrar no corpo dela, cairá rapidamente na corrente sanguínea e irá baixar tanto o nível da glicose do corpo dela, que irá morrer, se ninguém descobri-la antes.
ela começa a ter convulsões. Pronto. Agora aquela vagabunda vai pensar bem (ou não) antes de destruir os sonhos da esposa de seu amante.