segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Farfalhar


Peter sobe 3 lances de escada muito rápido e fica ofegante. Ele encontra a porta que dá no telhado e vê uma pessoa ao longe.
É Miki. Ela está desenhando em uma prancheta e olhando a escola. Dali, de onde ela se encontra, pode-se ver o pátio onde as aulas de educação física são realizadas e o prédio antigo da escola.
-Miki, por que você está aqui? Não podemos ficar no telhado, é contra as regras. E por que você não estava na aula de Educação Física?
-Não podemos ficar aqui? – pergunta Miki – entretanto, não há motivos para eu ficar lá embaixo na aula de Educação Física. E você? Não é contra as regras você estar aqui agora?
Peter se assusta com a pergunta.
-Não sei – ele olha para os lados – o que você está desenhando?
Ela esconde sua prancheta atrás de si. Peter fica sem graça.
- Você se lembra de quando nos encontramos no hospital semana passada? – pergunta Peter.
Miki balança a cabeça negativamente.
-Nós nos encontramos no elevador. Você estava segurando uma boneca e foi até o subsolo. Você tinha dito que precisava entregá-la a alguém. A quem você ia entregar a boneca no subsolo? O que mais você estava fazendo lá naquele dia?
- Eu não gosto de interrogatórios – disse Miki – a maneira com que você pergunta me irrita.
- Desculpe. Não quero te forçar a responder minhas perguntas – disse Peter.
Um vento frio soprou perto deles, balançando os cabelos de Miki. Esse mesmo vento fez as folhas farfalharem, o que chamou a atenção dela. Ela se virou para onde estava olhando anteriormente e arrumou os cabelos perto da orelha.
- Naquele dia – começou ela – aconteceu algo muito triste.
O vento continuou soprando.

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