domingo, 30 de dezembro de 2012

Mortos dentro do forno da cozinha

28-Dezembro

Hoje foram encontrados os restos de 13 bolinhos de chocolate assados dentro de um forno, na cozinha de uma casa. Eles tinham papel marrom e dois deles tinham papel verde. Eles foram encontrados aproximadamente 10 horas da manhã. Os peritos acreditam que eles tenham sido colocados no forno 40 minutos antes. Havia pedaços dos bolinhos espalhados pelo interior do fogão e pela forma.
Suspeitos foram interrogados. "Acho que tinha fermento demais. Por isso aconteceu essa tragédia. Aliás  a massa poderia não ser a mais adequada para usar com chocolate" disse a dona da casa onde foram encontrados os doces. "É uma tristeza, pareciam tão bons..." disse outra pessoa.
Bolinhos, após serem retirados do forno.
Os peritos pegaram algumas amostras para análise. "De fato, havia muito fermento na massa." declarou um deles.
A casa ficará sob observação para ver se há anormalidades na fabricação dos bolinhos e se esse tipo de coisa ocorrerá novamente.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Meia resposta


Eles vão para a loja de bonecas. Peter está sentado em uma cadeira.
-Aquela coisa de olhos pálidos de crepúsculo, do lado de fora, é o nome da loja? – perguntou ele – e “Ateliê Y”, o que é?
-Ateliê Y é o Ateliê de Kimiko, fica no segundo andar. É onde ela faz as bonecas. E as bonecas que estão no porão foram feitas por ela também.
- Por que aquela boneca no caixão se parece tanto com você?
-Não sei.
Peter tem a sensação de que Miki está evitando o assunto. Ele resolve mudar o rumo da conversa.
-No primeiro dia que eu te conheci, você estava segurando uma boneca, e foi para o subsolo do hospital. Lá é o necrotério. Fiquei sabendo que uma garota morreu no hospital naquele dia. Aquela boneca era dela? Err, quero dizer... Miki, você tem irmãs?
Ela fez uma cara muito triste, e balançou a cabeça de forma negativa.
-Você tem mais alguma pergunta? – perguntou ela.
-Eu tenho tido algumas sensações estranhas desde que me mudei para cá...
-Bem – interrompeu ela – eu pedi para você não se aproximar de mim. Entretanto, já é tarde demais.
-“Tarde demais”? – perguntou ele, sem entender.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

The Nightmare Before Christmas


A história belíssima narra Jack Skellington, o Rei das Abóboras, que mora em Halloween Town. Porém, ele está cansado do Halloween, que está se tornando algo repetitivo. Ele então conhece Christmas Town, e fica maravilhado com tudo que é novo aos seus olhos.
Ele então tem a brilhante ideia de dar férias ao Santa Claus (ou Sandy Claws) e tomar seu lugar. Jack está bem animado, mas Sally, uma boneca criada por Doctor Finklestein (sim, uma alusão ao doutor Frankenstein) pressente que alguma coisa não dará certo.



Não posso deixar de mencionar o lindo cachorro de Jack, Zero, que parece um lençol flutuante com um nariz vermelho (Rudolph!). Belas expressões. E todos os outros personagens maravilhosos do mundo do Halloween. Bruxas, vampiros, lobisomens, caveiras, múmias...
A arte é maravilhosa e apesar do filme ter quase 20 anos, não peca em nada na animação. Jack, como de praxe, é alto, magro, e provavelmente deve ter sido complicado de animar, já que a cabeça deve pesar mais do que o corpo inteiro.

Tomando como base três especiais de natal,  Rudolph the Red-Nosed Reindeer, How the Grinch Stole Christmas! e do poema A Visit from St. Nicholas, Tim Burton escreveu The Nightmare Before Christmas. Isso no ano de 1980. Anos depois, a aclamada Disney cogitou a possibilidade de transformar em uma animação de curta duração para o natal. O projeto cresceu e virou uma belíssima animação de stop-motion, lançada em outubro de 1993.
Porém, ao contrário do que muitos pensam, o trabalho não é do Tim Burton. Pelo menos não completamente. A produção e o texto original são dele. Porém, como ele estava envolvido com o filme Batman Returns (1992), não poderia dirigir o The Nightmare Before Christmas. Então, com a colaboração do Michael McDowell (presente em Beetlejuice-1988), o poema de Burton foi adaptado para roteiro. As canções do filme (preferências de Burton) foram feitas pelo seu colaborador Danny Elfman. A direção coube a Henry Selick, também animador da Disney. Em suma, foi um dos trabalhos de Burton que teve menos envolvimento do próprio Burton. Com a direção de Batman Returns e a pré-produção de Ed Wood (1994), Burton teve muito pouco dedicado ao Jack e seu mundo.
MAS, isso não retira em nada os créditos do filme. O traço de Burton é perfeitamente visível. Perfeito. Tétrico. Terror. Puro. Lindo. Apaixonante.














Gostou do Jack? E do Frankenweenie, gostou também?

sábado, 22 de dezembro de 2012

Azul


Os olhos de Miki são de duas cores diferentes. Não é um caso de heterocromia. Seu olho esquerdo é castanho avermelhado enquanto que seu olho direito é azul esverdeado, mas um pouco pálido. É um olho artificial.
-Meu olho direito é como o olho das bonecas. Ele vê coisas perturbadoras, que não deveriam ser vistas pelas pessoas. Por isso, eu o mantenho coberto. Você o acha repulsivo?
Peter ainda assustado balança a cabeça negativamente.
Miki olha para os lados e fala:
-Você não está acostumado com a atmosfera desse lugar. É melhor nós sairmos.
-O que há de errado com este lugar?
-As bonecas – começou Miki, voltando a cobrir seu olho direito – são ocas. As bonecas são ocas, tanto de corpo quanto de espírito. Sua existência não possui substância... é vazio. Esse vazio é aquilo que as conecta com a morte. Portanto, tem que existir algo para ser usado como substância, para preencher o vazio. De todos os sentimentos que você experimentou pessoalmente, não sente que este lugar está drenando algo de você?
Peter afirmou com a cabeça.
-Vamos – disse ela, subindo as escadas – você de se sentir melhor lá em cima.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Questões


Poderá uma armadura amar?
Poderá a sombra querer a Luz?
e o Sol, encontra com a Lua?


As estrelas e o luar, envolvendo casais apaixonados
poderão eles amar o humanos? ou amar outra coisa?
A vida e a morte, poderão elas se amarem?
se uma existe, a outra não poderá existir.
Será que elas se encontram na tênue linha vida-morte?

O que é isso que chamamos de amor?
é somente gostar? proteger? não machucar?
ou ver um sorriso e sorrir também?

Poderá alguém amar uma armadura?

Poderá a Luz amar a sombra?
Poderá a Lua amar o Sol?


Poderá o amor amar?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sombras e luz

Nós somos feitos de sombra e luz
feitos de sonhos alcançados
e sonhos abandonados

Nós somos feitos de pensamentos
feitos de frustrações
feitos de decepções
e somos feitos de conhecimento

Nós somos o amor, o ódio
a alegria, a tristeza, a luz
a escuridão, nós somos isso
dormir e acordar

Matar ou viver, sobreviver
matar ou morrer, acordar

Nós somos feitos de sombra e sentimentos
luz e pensamentos

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Calor

Tudo começa a se materializar ao meu redor. Agora sinto o travesseiro embaixo da minha bochecha, o lençol cobrindo parte do meu corpo e principalmente, posso sentir o calor da tua pele.Seus dedos tateiam de leve cada vértebra da minha coluna até chegarem próximo à minha nuca. Sinto sua mão roçar e afastar meus cabelos, e então você me dá um beijo.A costa de sua mão acaricia meu rosto e depois afaga meus braços. Sua mão segue pela curva do meu corpo e me aperta num abraço contra o seu corpo. Você afasta os cabelos da minha orelha e sussurra algo que, apesar de não entender, eu sei o que você falou.O sol começa a fazer cócegas na minha perna e decido abrir os olhos. Era apenas outro sonho.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Mistério


As bonecas eram siamesas. Eram dois corpos infantis, na flor da adolescência. Elas compartilhavam uma perna e um ombro era junto do ombro da outra. Essas não possuíam as feições tristes.
- Os rostos apresentam uma expressão pacífica – disse Miki – é estranho que elas estejam tão calmas apesar de estarem conectadas.
-Não acha justamente que é essa a razão de estarem em paz?
-Isso é impossível – respondeu ela – o sentimento de paz faria sentido se elas estivessem separadas.
Miki se vira para olhar o rosto de Peter. Ele a observa, e não consegue evitar de olhar para o tapa olho cobrindo o olho direito dela.
-Gostaria de ver? – perguntou ela, abrindo um sorrisinho discreto nos lábios – você gostaria de ver o que há debaixo deste tapa olho?
Peter engole seco. Ele observa, com muito medo enquanto Miki retira o elástico de seu tapa olho de trás das orelhas. Ela abaixa lentamente o tapa olho, sorrindo, e ajeita sua franja, de modo que Peter pode agora saber o que há por de trás do tapa olho.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Um susto


-Você acha parecida mesmo? Então você admite que gosta desse tipo de coisa? Por que você veio até aqui? – Veio a voz de Miki.
Peter se assusta. Será que aquela boneca estaria falando com o meu consciente?  Pensa ele. No entanto, Miki sai de trás de uma cortina, perto de onde está o caixão.
-Desculpe. Eu não me escondi para assustar você. Você apenas entrou aqui quando eu me escondia. Então você acha que ela é parecida comigo? – disse ela, se referindo à boneca – de fato, ela é parecida. Mas isso é apenas a metade de mim, ou menos que a metade.
-Por que você está aqui? – perguntou Peter, olhando para Miki e para a boneca.
-Eu venho aqui de vez em quando. Eu não odeio esse tipo de lugar. E você, Peter, o que está fazendo aqui?
- Ah, bem – disse ele, meio atrapalhado – eu estava andando por aí e eu vi aqui. Quer dizer, eu não conheço a cidade ainda, então fiquei curioso quanto a esse lugar.
-Compreendo – respondeu ela – Muitas pessoas acham que esse tipo de boneca é assustador. Você discorda? O que você pensa?
-Acho que são um pouco assustadoras mesmo. Mas, apesar de eu não poder descrever aqui, é realmente bonito, é inacreditável. Parecem que elas não pertencem a esse mundo.
-Então você não odeia esse lugar – afirmou ela – essas daqui são as minhas favoritas – disse ela, olhando para duas bonecas que estavam na sua frente.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

sábado, 1 de dezembro de 2012

Bonecas


Ao abrir a porta, ele recebe um “Bem vindo” de uma senhora que está sentada atrás de um balcão. A senhora tem idade para ser avó, mas não parece tão velha quanto os avós de Peter. Ela usa um par de óculos, que é a única coisa que realmente Peter vê bem. Com a pouca luz que entra pela janela oval, todo o interior fica escuro e somente os óculos da velhinha eram iluminados, o que lhe dava um aspecto meio aterrorizante. Atrás da velha, há muitas bonecas, sentadas, deitadas, com as mais diferentes roupas.
-É estranho ver um rapaz dessa idade entrar na loja. Você é um cliente?
-Boa tarde. Na verdade, eu estava passando do lado de fora e fiquei curioso. Essa é uma loja de marionetes?
-Loja de marionetes? – repetiu ela – você está meio correto. Aqui há um ateliê também.
-Você vende bonecas? – perguntou ele.
-Mais ou menos – respondeu ela, sem se mover um centímetro – eu as vendo, mas não por um preço que um estudante como você possa pagar. No entanto, fique a vontade para olhar a loja. Eu não tenho outros clientes mesmo. Se você quiser, farei um chá para você.
-Obrigado, mas irei recusar o chá.
Peter olhou as bonecas da loja. Havia uma boneca loira dentro de uma redoma de vidro, com rosas ao seu redor e um cabo de rosa brotando do seu olho e ela usava um vestido branco. Havia outra boneca de cabelos azuis dentro de uma caixa de vidro, com um vestido rosa e asas de borboleta em suas costas. Havia outra boneca que se assemelhava a uma dama da idade média. Uma boneca com roupas pequenas. Também havia em outro lugar, bonecas inacabadas, com apenas o tronco feito, mas elas estavam vestidas.
Peter nota uma placa e uma escada ao lado, que o levava ao andar de baixo, em um porão. Peter segue a indicação da placa e desce as escadas. No porão, havia muitos corpos de bonecas, mas eles estavam sem roupas, sem cabelo, sem o rosto. Algumas estavam terminadas, mas não estava no mostruário da loja. Ele então notou que muitas bonecas tinham feições tristes ou desesperadas, aflitas. As partes que iriam compor as futuras bonecas estavam espalhadas, braços e pernas articulados estavam em cima de uma mesa aos montes. Ele nota um caixão, ao fundo da sala. Ele se aproxima. A boneca está vestida um vestido solto e há flores em suas mãos. Ele tem a impressão que a morte está ali. Mas, ao olhar a boneca de perto, ele nota que a boneca possuía feições tristes, porém parecia estar em paz. Seus olhos estavam abertos e o cabelo era curto, preto e repicado. A boneca era muito semelhante.
-Por que é tão parecida? – perguntou ele.