Peter tenta dormir, mas tudo que ele consegue e rolar na
cama por um longo tempo. Quando ele consegue tirar um cochilo, várias imagens e
palavras vêm a sua cabeça. As palavras de Débora ao telefone, uma senhora
segurando um quadro de uma pessoa que ele não consegue reconhecer, as palavras
“funeral”, “morte”, “maldição”, Laura olhando assustada para ele e Miki, e
depois morta em cima de sua sombrinha...
Ele finalmente acorda, sem ter descansado um pouco e sem
tirar de sua mente a morte de Débora.
No dia 4 de junho, a morte da irmã de João, Débora, causa um
choque a todos. O silêncio engloba toda a turma, e a respiração de todos param
no mesmo instante.
-Se trabalharmos todos juntos, conseguiremos superar essa
tragédia – diz o professor Tetsuo.
Miki abre a porta da sala e entra. Ela fecha a porta.
Ninguém sequer vira o rosto para saber quem chegou, nem olham para ela. Ela
caminha até sua velha carteira, se senta. Peter acompanha cada movimento dela.
Enquanto isso observa a falta de reação de seus colegas quanto à chegada de
Miki. Ninguém vira o rosto para ela,
pensa ele, como se Miki Yuki não
estivesse nessa turma. Em outras palavras, ela não existe. Miki encosta a
cabeça em suas mãos e olha para fora da sala.
No intervalo, Peter vai falar com ela.
-Você soube sobre o que aconteceu com a irmã de João?
Miki olhou para ele com uma expressão interrogativa no
rosto.
-Ela morreu ontem.
Miki se espantou com a notícia. Ela virou o rosto novamente
para fora da sala.
-Entendo. Foi doença?
-Não, foi um acidente.
-Compreendo – diz ela, abaixando a cabeça.
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