Peter sai da escola e vai andando pela cidade. Enquanto
anda, ele começa a pensar: Desde que eu
vim para cá em maio, os problemas surgiram e eu ainda não tive respostas. Será
que eles não veem Miki Yuki ou ela não existe? Ele anda mais alguns passos
com essas palavras na cabeça. Mas,
pensa ele novamente, se eu pensar na
lógica, isso faz sentido. Miki Yuki existe, mas, todos tratam a estudante Miki
Yuki como se ela nunca tivesse existido.
Peter se depara com a loja de bonecas. Ele entra e vai ao
andar de baixo. Lá há as mesmas bonecas de antes. Elas estão penduradas onde há
espaço e encostadas em todos os lugares. Ele observa a boneca dentro do caixão
semelhante a Miki, e ele olha para o lado, onde ela está.
-O que houve? – pergunta ela – eu não esperava uma ligação
sua.
Ele retira os dois papéis dobrados de dentro a sua mochila e
os entrega a ela. Ela desdobra o primeiro. Lá está escrito uma mensagem escrita
à mão. “Desculpa. Peça detalhes à Miki” na outra folha havia uma lista dos
alunos da turma B da 9ª série da turma de 2005. Um dos nomes estava com duas
riscas vermelhas. Era o nome de Miki Yuki.
-Vejo que você tem uma cópia da lista dos alunos da turma B.
O que deseja saber?
-Você soube que Breno morreu? Ele teve um infarto. Todos
sabiam que ele tinha problemas cardíacos.
-Entendo –disse ela olhando para baixo – então a segunda morte
de junho foi causada por uma doença.
-Além disso, quando eu cheguei na escola hoje, todos estavam
agindo estranhamente. Acho que todos estavam me ignorando.
-Então é esse o plano deles? – pergunta Miki, de braços
cruzados.
-Quer dizer que eu estou na mesma situação que você?
Ela sorri e olha nos olhos dele.
-Como é não existir?
-Não é agradável, mas estou aliviado.
-Aliviado?
-Agora eu tenho certeza que Miki Yuki existe.
Ela sorriu.
-Essa é sua casa, não é?
-Sim, eu pensei que você já soubesse disso.
-Não tem ninguém mais aqui. A senhora na recepção não mentiu
quando disse que não tinha outros clientes. Foi a sua mãe que atendeu a minha
ligação?
-Sim. Ela ficou surpresa. Ninguém da escola nunca ligou para
mim.
-Kimiko é a sua mãe? Ela quem faz as marionetes?
-Bem, sim. Kimiko é apena um pseudônimo. Ela gosta se ser
chamada de Kimiko. Ela é uma mulher estranha que vive isolada do mundo em seu
ateliê. Aquela na entrada e a sogra de minha mãe, ou seja, minha avó.
-O “Y” do ateliê é o “Y” de “Yuki”?
-As coisas começaram a fazer sentido. Bem simples, não?
-E seu pai?
-Ele deve estar no meio da Ásia no momento. Ele não fica
mais que um semestre aqui na Inglaterra. Ou outros 6 meses ele fica em Londres.
Minha família não é nada conectada. Mas isso não é nada.
Ela mexe nas cortinas atrás do caixão e desaparece atrás
delas. Ela volta e diz:
-Vamos ao segundo andar.
Ele passa pela cortina e vê Miki em frente a um elevador.
Ela pressiona o botão que aponta para cima.
-Sabia que havia um elevador aqui?
Ele balança a cabeça negativamente, com a expressão do rosto
um pouco espantada. Eles entram no elevador, que os leva lentamente até o
segundo andar da casa.
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