Liguei o carro, acelerei e parti com fúria. Vi pelo retrovisor seu Siena mais potente que meu Uno avançando e se aproximando. Acelerei novamente e desviei meu caminho.
Virei umas ruas, entrei em becos e quando percebi que ele me perdeu de vista, desliguei o carro e comecei a chorar.
Meus vidros escuros não permitia que os olhares curiosos descobrissem o motivo da parada brusca do carro. Estava só, o celular jogado no banco do carona, a bolsa aberta no chão.
Após as lágrimas cessarem, liguei o rádio para me acalmar um pouco. Ele apareceu. É claro que eu preferia não sair do carro a conversar, mas acabei saindo.
Minha vontade era acerta-lhe um soco na barriga ou um chute, mas algo me disse para não o fazer. Parada em frente a ele, os braços cruzados, seus olhos transmitiam desespero ao procurarem saber o porque das lágrimas. Ele queria entender tudo. Uma explicação e sem lágrimas resolve nossos problemas. Não sei porque, eu o perdoo.
A última coisa que sinto é o abraço e seu peito quente.
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