sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Sombras do passado

Tem uma latinha vazia, perto dos pés de Bruna. Seu rosto está todo molhado de lágrimas.
-Irmão idiota. Irmão idiota. – diz ela chorando e tentando enxugar as lágrimas com a manga do uniforme – Idiota!
Ela dá um grito e chuta a latinha com todas as forças em direção ao rio. Ela continua a soluçar. A latinha voa e faz um barulho diferente ao bater em alguma coisa.
-Ai. Doeu. – diz alguém.
Ela escuta a voz e se apressa a descer o pequeno morro para ver se a pessoa está bem.
-Mil desculpas, você está bem?
Porém o morro era um pouco mais íngreme do que Bruna se lembrava e como ela desceu correndo, perdeu o equilíbrio e desceu aos tropeços. Ela cai perto da margem do rio, e reclama do corpo dolorido pela queda.
-Você está bem? – pergunta o dono da voz.
Ela levanta o rosto na direção da pessoa e vê um garoto que aparenta ter a mesma idade que ela, tem os cabelos castanhos e um pouco magro, e usa roupas informais, como calça e uma blusa clara. Ele oferece a mão para ajudá-la a se levantar do chão.
-Prazer em te conhecer. Sou Peter.
Ela hesita um pouco em pegar na mão dele.
Ela pega na mão de Peter e ele a ajuda a levantar. Ela olha para ele e não o reconhece de lugar nenhum.
-Você não mora aqui, não é?
-Não, eu vim de Londres – responde ele – você se machucou?
-Não – disse Bruna, os olhos enchendo de lágrimas – mas alguém que eu amava morreu.

-Entendo – disse Peter – estamos em situações semelhantes.

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