Tem uma latinha vazia, perto dos
pés de Bruna. Seu rosto está todo molhado de lágrimas.
-Irmão idiota. Irmão idiota. – diz
ela chorando e tentando enxugar as lágrimas com a manga do uniforme – Idiota!
Ela dá um grito e chuta a latinha
com todas as forças em direção ao rio. Ela continua a soluçar. A latinha voa e
faz um barulho diferente ao bater em alguma coisa.
-Ai. Doeu. – diz alguém.
Ela escuta a voz e se apressa a
descer o pequeno morro para ver se a pessoa está bem.
-Mil desculpas, você está bem?
Porém o morro era um pouco mais
íngreme do que Bruna se lembrava e como ela desceu correndo, perdeu o
equilíbrio e desceu aos tropeços. Ela cai perto da margem do rio, e reclama do
corpo dolorido pela queda.
-Você está bem? – pergunta o dono
da voz.
Ela levanta o rosto na direção da
pessoa e vê um garoto que aparenta ter a mesma idade que ela, tem os cabelos
castanhos e um pouco magro, e usa roupas informais, como calça e uma blusa
clara. Ele oferece a mão para ajudá-la a se levantar do chão.
-Prazer em te conhecer. Sou Peter.
Ela hesita um pouco em pegar na mão
dele.
Ela pega na mão de Peter e ele a
ajuda a levantar. Ela olha para ele e não o reconhece de lugar nenhum.
-Você não mora aqui, não é?
-Não, eu vim de Londres – responde
ele – você se machucou?
-Não – disse Bruna, os olhos
enchendo de lágrimas – mas alguém que eu amava morreu.
-Entendo – disse Peter – estamos em
situações semelhantes.
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