segunda-feira, 10 de março de 2014

O Extra

Agora, a outra regra muito importante. Nada de me chamar de tia Júlia na escola. Minha vida pessoal fica separada do meu trabalho. Na escola, sou a professora Júlia, professora assistente da turma B. Entendeu?
-Peter, existe outro professor assistente em alguma sala na nossa escola? – perguntou Miki.
-Agora que você mencionou...
-Não existe. Apenas a Turma B tem professor assistente.
-Este ano – continuou Miki – a nossa sala de aula estava com o número correto de carteiras, e mesmo assim a maldição começou em abril. Isso aconteceu porque a sala que ficou faltando um assento foi a sala dos professores.
-Peter! Eu estou viva! – disse Júlia, debaixo das madeiras.
Miki se aproximou de Júlia. Peter se colocou na frente de Miki. Respirou bem fundo e pegou a foice de suas mãos.
-Eu faço isso.
Ele levantou a foice. Sua tia implorou para que ele a salvasse.
Será que Miki está certa? Será que ela não está enganada?  Peter hesitou por um instante.
-Há um ano e meio – disse Miki – eu vi sua tia caminhando para casa. Um garoto veio na direção dela e a matou com uma faca. Depois jogou o corpo no rio.
Peter então relaciona todos os fatos.
Ele nunca tinha notado, mas seus avós nunca se dirigiam à Júlia enquanto ele morou na casa. Avós estão fora do alcance da maldição da turma B. A ligação do pai perguntando como era voltar à cidade depois de um ano e meio fora. Bruna ter acertado ele com uma latinha vazia. O pássaro de sua casa só repetia o que o avô falava. Ele se lembrou de quando viu seu avô falando que estava cansado de funerais, e que sempre depois de uma morte havia um funeral.  Seu avô lamentava o nome de Bárbara e de Júlia. A sala de artes não estava aberta para os alunos do 8º ano por falta de professores. Por fim, lembrou-se do sonho que tinha alguém segurando a foto de alguém. Agora ele conseguia lembrar-se muito bem do sonho, pois o sonho era relacionado com a ida dele até Wetherby, para o funeral de sua tia Júlia.
-Acredite em mim! – implorou Miki, gritando.
Peter lembra-se de todos os sentimentos que tem por sua tia. Ela foi quase uma mãe para ele, já que sua verdadeira mãe ele só tinha as lembranças das fotos. Mas as lembranças de todos os fatos não poderia ser apenas coincidência.
Ele levanta novamente a foice.
-Peter! - sua tia grita
-Adeus, Tia Júlia – e Peter abaixou sua foice.

Adeus, mamãe. 

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