Levanto-me e sento-me junto de vermes, seres que desapareceriam do mundo sem fazer falta. Olho o relógio. Tudo não passou de dois minutos. As pessoas ao meu redor me olham como se eu fosse de outro planeta. Lógico, vermes têm medo das pessoas.
As horas continuam se arrastando. Ouço novamente meu nome. Estou farta. Falam dos vermes e de mim. Sarcasmo manda eu não ligar. Logo tudo irá acabar e eu não precisarei de aturar o destino, que passa cada dia mais devagar. Nada me importa, e tudo será apagado da minha mente em pouco tempo.
Saio e ouço o farfalhar do silêncio chegando nos meus ouvidos. Finalmente uma paz me envolve e escuto apenas o silêncio dos meus sapatos quando me movo. Agora, paz. 1 segundo depois, Inferno. Ando ouvindo meus passos até que todos irrompem pela porta numa falação insuportável. Andam, tropeçam, falam, atropelam. Ando devagar, irritando os que estão atrás de mim, e com o olhar fixo no fundo do corredor, como se uma porta que levaria a outro lugar abrisse, somente para mim.
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