sábado, 31 de agosto de 2013

Isso não deveria acontecer (II)

Você acorda cedo achando que está atrasado. Ao chegar na aula, descobre que é sábado.

Você compra aquele computador supermegaultrapower bom, depois de juntar o dinheiro por muito tempo. No mês seguinte, sai um melhor pelo mesmo preço.

Seu ônibus entra de greve no dia de prova.

Você fala algo constrangedor quando todos calam a boca na sala de aula.

Aparece aquela espinha no meio da testa um dia antes da festa.

Você precisa do computador com urgência e ele resolve atualizar os trocentos programas.

Você compra alguma coisa. Depois descobre que nas 4 lojas ao lado tem o mesmo produto, pela metade do preço.

Você põe a blusa branca, cai geleia de morango ou molho de tomate.

Você perde o lápis. Encontra-o horas depois atrás da orelha.

Vai a algum lugar para comprar uma coisa importante. Ao chegar em casa descobre que comprou de tudo que te pediram, menos a tal coisa importante

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A morte

A área onde o elevador despencou foi isolada para averiguações. Há várias pessoas cuidando de cada detalhe. Várias fotos foram tiradas para que possa ser chegada a uma conclusão do porque que o elevador caiu. O que restou do corpo de Débora foi retirado do local. Seu celular foi recolhido, na esperança de fornecer algo de importante. Há uma enfermeira no local, falando um pouco sobre Débora. Ela diz que ela e Peter tinham gosto literário em comum. Peter vai até o hospital à noite, e não consegue acreditar no que seus olhos lhe mostram. Ele volta para casa, muito triste.  Ele conta o caso à sua avó.
-Débora não era aquela enfermeira nova que cuidou de você no mês de abril?
-Sim. Estou preocupado com o irmão dela. Ele estuda na minha turma.
-Oh, que tragédia. Uma colega de classe morreu faz pouco tempo, não é? – pergunta sua vó.
-Um funeral deve ser feito quando uma pessoa morre – diz seu avô, dentro de um quarto – depois da morte sempre haverá um funeral. Estou cansado de funerais. 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A segunda

Porém, o elevador começa a dar alguns pequenos solavancos. A máquina que controla o cabo de aço segura o elevador começa a travar e soltar pequenas faíscas. Em segundos, as faíscas aumentam, o cabo de aço que está na roldana começa a perder o atrito e ele arrebenta. Com o cabo arrebentado, o elevador começa a cair e ganhar velocidade. O cabo vai desenrolando de outras roldanas com mais velocidade. Débora não consegue manter o equilíbrio. Ela começa a ser jogada de um lado para o outro dentro do elevador, por causa da força e velocidade que ele está caindo. O celular cai de sua mãe e ela começa a gritar.
-Débora? O que está acontecendo? Pode me ouvir? – perguntou Peter.
Peter escuta os barulhos, mas não consegue imaginar o que pode estar acontecendo. Os números que indicam o andar disparam em ordem decrescente, desde o 10º andar até o piso do subsolo. Débora consegue acompanhar com os olhos arregalados sua queda. Ela olha para cima a tempo de ver algo despencando em cima dela. Então, o elevador chega ao subsolo com muita força e velocidade, causando um estrondo. Débora cai no chão e arrebenta o rosto. O teto do elevador despenca em cima dela, esmagando todo o seu corpo. Muita poeira é levantada no subsolo.
Peter, completamente assustado, escuta a queda e os últimos suspiros de Débora. Ele escuta ainda o cabo terminando de cair da roldana, e por fim, o celular fica em completo silêncio.

A poeira levantada cobre toda a área perto do elevador. O celular de Débora não sofreu muitos danos, e está um pouco fora dos destroços. O sangue de Débora começa a escorrer e logo se espalha por todo o chão, até alcançar o celular.

sábado, 17 de agosto de 2013

O telefonema

Neste momento, Miguel fica mais atrapalhado, engole seco e olha para o chão. Enquanto isso, Bruna lança um olhar assassino para Miguel. Ele gagueja um pouco. O telefone de Peter começa a tocar.
-O que diabos você estava fazendo? – grita Bruna para Miguel.
-Eu apenas – tenta explicar ele.
Peter atende o telefone e se afasta um pouco.
-Alô?
-Peter, você está no intervalo do almoço, não é? – pergunta Débora.
-Vamos, explique-se! – Bruna continua gritando com Miguel.
-Peço desculpas – responde ele, gaguejando.
-Você tem alguma ideia do que fez? – Bruna não abaixa o tom de voz.
-O que houve? – pergunta Peter à Débora
-Peter, eu preciso saber de uma coisa.
-Nós já temos problemas demais para resolver! – grita Bruna.
-Sobre o que? – pergunta Peter.
-Sobre a Miki, a Miki Yuki, de quem você falou. Eu já conversei com meu irmão e liguei para você para confirmar. Você tem certeza que ela existe?
-Ah sim, eu tenho.
-Ela está aí com você? Aonde ela está?
-Ela não veio à escola hoje. Por que isso tão de repente? Por que você quer saber? E que barulho de vento é esse?
-Eu estou no telhado do hospital. Aqui é o único lugar que meu celular tem sinal direito – respondeu ela – olha, estou perguntando porque ontem eu falei com meu irmão. Porém, ele se recusou a falar sobre qualquer coisa comigo. Não importa se o assunto era sobre o que aconteceu 25 anos atrás ou sobre o acidente com a colega de vocês, ele não respondia. E então, quando mencionei Miki pela segunda vez, ele olhou para mim como se eu fosse louca e disse “do que diabos você está falando? Nossa turma não tem essa pessoa.” E quando eu tentei insistir no assunto, ele berrou comigo “eu já disse que não sei!”. Ele foi incrivelmente obstinado. Além disso, ele parecia estar com medo.
-Não pode ser.
-Ele estava falando a verdade. Ele não tem motivos para mentir.
Não pode ser. Eu já perdi as contas de quantas vezes falei com ela. Definitivamente, não tem como ela não existir, pensa Peter.
-É mentira. Miki Yuki existe!
Nesse momento, Bruna já tinha parado de gritar com Miguel e os dois observam a conversa de Peter. Débora sai do telhado e pressiona o botão para chamar o elevador. Ela entra no elevador. O sinal do telefone começa a ficar ruim.
-Débora? Consegue me ouvir?

-Acabei de entrar no elevador. Preciso voltar ao trabalho – diz ela, pressionando um dos botões.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Esqueça

Peter entra na sala, e todos alunos olham para ele. Eles rapidamente voltam aos seus lugares, tristes e calados. Ninguém comenta nada. Ninguém conversa sobre nada, nem mesmo sobre o acidente de Laura. Na hora do almoço o irmão de Débora e alguns garotos conversam sobre alguma coisa, mas quando Peter olha para eles, eles ficam em silêncio e cada um olha para um canto. Peter liga para Miguel. Ele demora um pouco para atender.
-Alô?
-Onde você está? – pergunta Peter.
-Er, na, quer dizer...
-Pare de gaguejar e me diga onde você está! – respondeu Peter, impaciente.
-No corredor, em frente à sala.
-Que coincidência, eu também. – respondeu Peter, com ironia.
-Eu estou no pátio – disse Miguel, com a voz carregada.
Peter desce e se encontra com Miguel. Ele está conversando com Bruna. Ele está um pouco incomodado com algo e ela está de braços cruzados, com uma expressão séria.
-Tentei ligar para você a semana inteira – começou Peter, dirigindo-se a Miguel – por que você não me atendeu?
-Er... – começou Miguel, embaraçado – eu estava muito ocupado, você estava doente...
Peter deu dois passos a frente. Miguel recua um pouco e Bruna permanece imóvel.
-Você disse que me contaria tudo em junho. Tudo relacionado ao incidente que aconteceu 25 anos atrás. E você também mencionou o “primeiro ano”. Esse primeiro ano é algo ocorrido depois do que aconteceu à Yuki, não é? O que diabos aconteceu?
-Acalme-se Peter. Consegue fazer isso? Eu reconheço que prometi, porém, acontece que...
-Aconteceu que a situação mudou – interrompeu Bruna.
-Exatamente – disse ele, adotando a mesma postura e tom de voz que Bruna usou – a situação mudou.
-Normalmente – Bruna começou a explicar – é dever do responsável pelas contramedidas lidar com esse tipo de situação. Porém, por causa desse linguarudo, a situação se tornou muito complicada.
-Ah, Peter, faça o seguinte – diz Miguel – esqueça que eu prometi isso, tá legal? Vai ser melhor.
-Pense nisso como um favor para a turma B – diz Bruna.
Peter olha para os dois e não fica satisfeito.

-Você me disse para não andar por aí com coisas que não existem, pois é perigoso. O que você queria dizer?

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Imperdoável

Peter está indo para a sala de aula e encontra com Lucas no meio do caminho.
-Peter, como você está? Já está melhor?
-Estou bem, obrigado. Você não está triste, Lucas? Você, Laura e Bruna formavam um grupo, me visitaram no hospital. Não está chocado com o que aconteceu?
-Ah, sim – disse ele, gaguejando um pouco. Ele ajeita os óculos no rosto – temos que nos apressar em escolher outra representante de classe. O professor Tetsuo deve convocar uma reunião amanhã, assim...

Bruna cruza com os dois com um olhar congelante. Ao passar por Peter, ela fala baixo, quase murmurando “Eu nunca vou te perdoar”.

domingo, 4 de agosto de 2013

4 de Agosto

SPOILERS SPOILERS SPOILERS SPOILERS SPOILERS SPOILERS SPOILERS SPOILERS




Em 4 de Agosto do ano de 1997, o primeiro capítulo de One Piece chega ao público.
Eiichiro Oda, o mangaká, se inspirou em alguns mangás e alguns gostos pessoais para sua criação. Se inspirou em Dragon Ball e nos Vikings. em 1992, com 17 anos, Oda lançou um mangá chamado Wanted!, com algumas criações suas. Inclusive, uma dessas histórias tem seu personagem aparecendo em One Piece, anos mais tarde. Baseando-se em vários piratas que existiram de verdade, criou vários de seus persoangens que fizeram e fazem milhares de pessoas rirem, chorarem, ficarem ansiosas...
Oda planejava terminar One Piece em apenas 5 anos, MAS acabou se prolongando mais do que o esperado. No entanto, ele já tem toda a história formada em sua cabeça (inclusive eu sempre digo que ele pensou na história de trás para frente).

Monkey D. Luffy deixa sua ilha e parte em busca de uma aventura. Ele quer ser o Rei dos piratas, título que pertence à Gold Roger. Antes de ser executado, 22 anos antes, Gold Roger disse que tinha deixado todo o seu tesouro no fim da Grand Line, e então começou a Era dos Piratas. O One Piece é o tesouro.
Luffy parte e forma a sua tripulação ao longo da história. Ele enfrenta todo tipo de desafio e sempre busca um jeito de se fortalecer. Cada um de sua tripulação tem um sonho:





Luffy - Ser o Rei dos Piratas








Roronoa Zoro - Ser o melhor espadachin






Nami - Desenhar um mapa do mundo







Usopp - Ser um bravo guerreiro do mar 






Sanji - encontrar o All Blue







Chopper - Ver o mundo com os próprios olhos





Nico Robin - Ler a verdadeira história nos Poneglyph








Franky - Ver o navio que ele construiu chegar ao fim da Grand Line



Brook - Encontrar Laboon


 Muitos muitos personagens aparecem, vão e voltam.










Muitas cenas emocionantes nos fazem chorar.
A partida de Chopper, Cenas inesperadas, cenas inesquecíveis, uma das partes mais tristes.




Quem gosta de One Piece sabe que apenas um post, não importa como ele seja, nunca será completo para falar o suficiente.

Gifs retirados desse tumblr

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Mal-Explicado

-Jamais imaginei que aconteceria esse ano – disse Tomas.
-Existem duas possibilidades: – disse Jacqueline, arrumando os óculos -  não irá acontecer esse ano e a morte de Laura foi uma triste coincidência. Ou então, isso começou em maio.
-Como responsável pelas contramedidas – fala Bruna – não posso pensar apenas de maneira positiva. Se fosse apenas Laura, tudo bem, mas a mãe dela também morreu.
-Será que isso está acontecendo porque ele quebrou as regras?
-De qualquer modo – Tomas começa a falar – por que colocaram um estudante transferido na turma B?
-Essa foi uma atitude insensata por parte da escola – disse Bruna, fechando os olhos – o novo diretor não compreende a nossa delicada situação.
-não acha que os professores deveriam tentar conversar com ele? – perguntou tomas.
-Os professores estão agindo como eles deveriam agir. Eles estão mantendo a situação sob controle.  – respondeu Jacque.
-Então, os professores ficam fora enquanto... – disse Tomas, chateado.
-Tudo isso porque eu faltei no primeiro dia de aula dele – diz Bruna, revoltada consigo mesma – se ele tivesse sido avisado, isso não teria acontecido.
Jacqueline põe a mão no ombro de Bruna. Bruna olha para ela
-Não podemos fazer nada. A questão é, o que fazer agora?
-E como explicar nossa situação para ele? – pergunta Tomas.
-Será difícil explicar nossa delicada situação para ele. – fala Jacqueline.
-Explicar de uma maneira mal-explicada será perigoso. – Diz Bruna.
-Estamos presos em nossa própria armadilha, não é? – pergunta Jacqueline, fechando os olhos e levantando a cabeça um pouco.
-Esta é uma situação parecida com que essa turma enfrentou 2 anos atrás. Será que teremos que inventar novas contramedidas?  - diz Bruna, com a mão no queixo, pensando.

Ela se levanta e vai ao banheiro.