domingo, 24 de novembro de 2013

Sem saída

1 de maio
- Não pensei que aconteceria esse ano. Haviam carteiras em quantidade suficiente para todos os alunos no primeiro dia de aula. – lamenta Miguel.
-porém, com a chegada do aluno transferido, faltou uma carteira – disse bruna.
-desde quando a maldição pode começar um mês atrasada? –perguntou Miguel, com uma pitada de desdenho na fala.
-Este aparenta ser o caso – disse Lucas, ajeitando os óculos no rosto.
Silêncio na sala.
-Vocês dois e a Laura foram visitar ele no hospital, não foram?
-Sim – respondeu Bruna – mas não creio que seja ele. Ele disse que é a primeira vez que vive em wetherby, e ele não tem irmãos. Além disso, suas mãos não estavam frias.
-Frias? – perguntou Miguel.
-Existe uma teoria – Lucas começou a explicar a Miguel – que você pode saber quem é o morto se você apertar a mão dele na primeira vez que o conhece. A mão dele estará extremamente fria.
Bruna observa atentamente suas mãos durante toda a explicação, com uma expressão de dúvida.
-Então, isso significa que pode ser outra pessoa além dele?
-Imagino que sim – disse Lucas – ao que parece, além da própria turma, pais e irmãos estão sob o risco, mas tios e primos estão seguros.
Silêncio na sala novamente. Miguel pergunta aos dois.
-É ruim o que Peter está fazendo, não é? Mas os professores não deveriam ter tomado a atitude de ter contado a ele toda a situação? De qualquer forma, ele já falou com aquela que supostamente não deveria existir. Vocês e a Laura deveriam ter contado a ele quando foram no hospital visitá-lo.
-Aquela não era a atmosfera nem a hora ideal para tratar esse tipo de assunto. – disse Lucas, mexendo em seus óculos.
-Bem, nós podemos explicar para ele agora... – começou Miguel.
-Isso seria problemático – responde Lucas.
-Se tomarmos essa decisão de explicar tudo agora, no decorrer da conversa nós teríamos que reconhecê-la como alguém existente. Isso não seria bom. – continuou Bruna.
-Não podemos fazer isso fora da escola então? – perguntou Miguel, sofrendo um pouco.
-Teremos que pensar uma maneira de avisá-lo – disse Lucas – mas você sabe, se ninguém morrer em maio, então não há perigo.

-Então, é só esperar o mês acabar. – disse Miguel, por fim.

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