1 de maio
- Não pensei que aconteceria esse ano. Haviam carteiras em
quantidade suficiente para todos os alunos no primeiro dia de aula. – lamenta
Miguel.
-porém, com a chegada do aluno transferido, faltou uma
carteira – disse bruna.
-desde quando a maldição pode começar um mês atrasada?
–perguntou Miguel, com uma pitada de desdenho na fala.
-Este aparenta ser o caso – disse Lucas, ajeitando os óculos
no rosto.
Silêncio na sala.
-Vocês dois e a Laura foram visitar ele no hospital, não
foram?
-Sim – respondeu Bruna – mas não creio que seja ele. Ele
disse que é a primeira vez que vive em wetherby, e ele não tem irmãos. Além
disso, suas mãos não estavam frias.
-Frias? – perguntou Miguel.
-Existe uma teoria – Lucas começou a explicar a Miguel – que
você pode saber quem é o morto se você apertar a mão dele na primeira vez que o
conhece. A mão dele estará extremamente fria.
Bruna observa atentamente suas mãos durante toda a
explicação, com uma expressão de dúvida.
-Então, isso significa que pode ser outra pessoa além dele?
-Imagino que sim – disse Lucas – ao que parece, além da
própria turma, pais e irmãos estão sob o risco, mas tios e primos estão
seguros.
Silêncio na sala novamente. Miguel pergunta aos dois.
-É ruim o que Peter está fazendo, não é? Mas os professores
não deveriam ter tomado a atitude de ter contado a ele toda a situação? De
qualquer forma, ele já falou com aquela que supostamente não deveria existir.
Vocês e a Laura deveriam ter contado a ele quando foram no hospital visitá-lo.
-Aquela não era a atmosfera nem a hora ideal para tratar
esse tipo de assunto. – disse Lucas, mexendo em seus óculos.
-Bem, nós podemos explicar para ele agora... – começou
Miguel.
-Isso seria problemático – responde Lucas.
-Se tomarmos essa decisão de explicar tudo agora, no
decorrer da conversa nós teríamos que reconhecê-la como alguém existente. Isso
não seria bom. – continuou Bruna.
-Não podemos fazer isso fora da escola então? – perguntou
Miguel, sofrendo um pouco.
-Teremos que pensar uma maneira de avisá-lo – disse Lucas –
mas você sabe, se ninguém morrer em maio, então não há perigo.
-Então, é só esperar o mês acabar. – disse Miguel, por fim.
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