Peter está deitado em sua cama, pensativo. Ele olha atentamente
para a lâmpada. Seu celular começa a tocar. Ele se assusta, pega o celular
rápido, mas acaba deixando-o cair. Ele pega novamente e atende o celular.
-Oi filho. Você não imagina como está o tempo aqui no
Canadá.
-Ahn?
-Como assim ahn?
-Bom, se você está ligando para saber de minha saúde, ela
está bem. Pai, alguma vez mamãe comentou com você sobre a época que ela estudou
na escola?
-Ah, como assim? Por que a pergunta?
-Mamãe também estudou na turma B, não é? Você não se lembra
dela comentando nada a respeito da escola?
-Não lembro de nada.
Peter suspira.
-Vamos, não responda tão rápido. Pense um pouco, pai.
-Bom, ela comentou algumas vezes sobre a escola, mas nada
muito importante. Então quer dizer que Bárbara estudou na turma B?
Por que mesmo que eu pensei
que meu pai poderia lembrar-se de alguma coisa? Perguntou Peter a si mesmo.
-Peter, qual é a sensação de ficar 2 meses em Wetherby após
um ano e meio fora?
-Um ano e meio? – perguntou Peter – mas essa é a primeira
vez que eu volto à cidade desde que comecei a cursar o ensino fundamental.
-Ah? Mas eu tenho certeza que...
O sinal do celular começou a ficar ruim. A ligação começou a
falhar.
-Ah, você está certo, foi engano meu. Lembrei errado.
A ligação ficou péssima, chiando. Então o telefone desligou.
Peter agora escuta somente um “tu” incessante.
-Pai?
Ele desliga o telefone. Peter vira-se para trás e a janela
está aberta, deixando muito vento entrar. Ele se lembra da mesa de Miki e da
frase escrita pela garota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário