Peter tem que voltar ao hospital ainda para fazer alguns
exames e verificar se não terá a doença novamente. Sua avó não poderá
acompanhá-lo dessa vez, pois seu avô está um pouco fraco. Sua avó desculpa-se
um pouco, mas Peter diz que não há problema, pois ele está bem para ir sozinho
até o hospital e sem problemas. No hospital, após as realizações dos exames e
do médico ter lhe atendido, Peter vai até a ala que a enfermeira Débora
trabalha. Eles criaram um vínculo forte, por compartilharem os mesmos gostos de
leitura. Ela estava um pouco atarefada no momento, então Peter retorna à noite,
um horário que ele sabe que ela não fica tão sobrecarregada.
Ele pega o elevador do prédio, e pressiona o botão do 5º
andar. O elevador, ao parar, faz um grande barulho e as pesadas portas se
abrem. O hospital está bem mais vazio e silencioso e somente Débora está
trabalhando agora. Ela está organizando alguns históricos dos pacientes. Ela vê
Peter e os dois vão tomar alguma coisa na lanchonete.
-Por que você está aqui, Peter? Problemas de novo?
-Não, apenas alguns exames de rotina. Ah, Débora, não é
errado eu ficar aqui? Ah sim, obrigado pelo chá.
-Não, não tem problema. Não se preocupe.
Eles abrem o chá e começam a tomar um pouco. Peter começa a
conversa:
-Sabe Débora, alguma coisa tem me incomodado. Você sabe se
alguma garota morreu no hospital na última segunda feira? Eu ainda estava
internado. Era fim de abril.
- Hum, você realmente estava internado nesse dia. Por que a
pergunta?
-Aconteceu alguma coisa que me fez pensar a respeito – disse
ele, lembrando-se de ter encontrado Miki no elevador e ela ter entrando no
subsolo, onde havia o necrotério.
-Por que eu acho que você tem um bom motivo para me fazer
essa pergunta? – disse Débora – bom, nenhum dos pacientes sob meus cuidados
faleceu naquele dia.
- Bom, mudando de assunto – voltou Peter – você por um acaso
viu uma garota com um tapa olha sobre o olho direito perambulando no hospital
na última segunda feira? Ela usava uniforme escolar e tinha um cabelo curto.
-outra vez uma garota? Acha que ela era paciente da
oftalmologia? Espere. Lembro de alguém ter comentado que uma garota veio a
falecer. Estou certa que ouvi uma colega falar que sua paciente morreu, mas eu
não lembro o nome dela. Quer que eu descubra para você?
- Você poderia fazer esse favor para mim? Não terá problema?
- Descubro sim. Basta que eu pergunte por aí. Se eu
descobrir alguma coisa, ligo pro seu celular. Aí você me conta o motivo, está
bem? E se alguém perguntar, eu digo que um paciente estava preocupado com uma
colega de classe.
Peter agradeceu e foi até o elevador. Débora voltou a
organizar os históricos. Peter pressionou o botão para chamar o elevador. O
elevador abre as portas, rangendo um pouco. Ele entra e pressiona o botão do
térreo, para voltar para casa. Ele vê por um instante Débora entrando na sala
onde ela estava antes de Peter aparecer. Então a porta se fecha, e o elevador
começa a descer.
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