Finalmente, após mais de 2 anos de espera, minha angústia
chegou ao fim.
Um garoto jovem, um cão de estimação, amante das ciências
sem amigos. Muitas pessoas não dariam nada por uma animação assim. Porém,
enquanto muitos veem um fracasso, uma história vazia, Tim Burton mostra mais
uma vez no que se pode fazer com esses elementos juntos. Amante do sombrio, do
suspense e uma queda pelo teor gótico e mórbido, Tim Burton mais uma vez me
surpreende com essa bela animação.
Victor [que me lembra muitíssimo o homônimo de A noiva
cadáver] Frankenstein é um garoto sem amigos, que adora a matéria ciências e
tem um único amigo seu cão de estimação. Esse cão interage com uma bela poodle
do vizinho, chamada Perséfone [nome muito apropriado] Porém, seu pai só
permitirá que ele participe da feira de ciências da escola caso o menino comece
algo para interagir com as crianças, como por exemplo, beisebol. Eis então que
a fatalidade ocorre. O cão, Sparky, corre atrás de uma bola de beisebol e é
atropelado por um carro. Victor não consegue se consolar, e durante uma aula de
ciências, ele tem uma ideia que ilumina sua mente.
Ele consegue trazer seu cãozinho de volta a vida. Porém, um
colega de sala muito mala o chantageia, e a história vai tomando o rumo.
Apaixonante e belo. Sombrio e cativante. Tim Burton resgata
alguns personagens de Frankenstein, do romance de Mary Shelley e o básico da
história. A animação está em preto e branco, detalhe que para mim, fez toda a
diferença na animação. Podemos mergulhar no universo que ele quer nos mostrar,
sombrio, triste, tétrico. A aparência dos personagens ajuda muito na empatia de
quem assiste. Edgar é um garoto corcunda que só de olhar você já percebe que
ele não é coisa boa na história. Uma garota tem a aparência de quem acaba de
levantar do túmulo, o que te passa um certo medo. Eu me simpatizei pela Elsa
Van Helsing, talvez pelo fato de ela estar séria durante a trama e ter uma
cachorra chamada Perséfone.
Uma coisa que me chamou muito a atenção foi que esse é um
filme sem Johnny Depp E Helena Bohan Carter. Isso me animou, não porque eles
sejam ruins. Muito pelo contrário, tenho grande admiração pelos trabalhos deles
e cultivo uma certa paixão por cada personagem que eu conheço. Mas me animou
porque Burton, Depp e Helena provam que não precisam sempre de fazerem algo
juntos. Afinal, muitos filmes de Burton sempre incluem Depp e Helena. O filme ficou perfeito,
e não senti falta nenhuma de nenhum do s dois.
Vale lembrar um detalhe muito importante. Frankenweenie (2012) não é a primeira animação de Burton. Não estou falando de The Nightmare Before Christmas (1993) ou de Corpse Bride (2005). Estou falando de um curta produzido pelo próprio Burton, no ano de 1984, de mesmo nome. Burton tinha apenas 26 anos quando fez o curta. Esse curta, infelizmente, custou-lhe o emprego da Disney, que achou o desenho muito assustador. Não é que ela se arrepende e lança o The Nightmare Before Christmas e agora o Frankenweenie?
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