terça-feira, 27 de julho de 2021

Ray - a universidade

O professor ainda estava explicando sobre polaridade das moléculas. Phill ao meu lado estava babando de sono. Podemos sentar no fundo, fazer nossas bagunças, mas sempre fomos bons alunos. Mesmo que Phill perdesse essa aula, a gente estudava por fora depois. Livros não faltariam, afinal de contas, minha mãe da aula na área das biológicas na faculdade. 
Não deixo ninguém saber disso, só Phill sabe por ser meu amigo. Não quero que as pessoas achem que passei na facul por ser filho da prof, por isso sempre foi fácil tirar notas boas e blá blá blá. Eu sempre fui bom aluno por mérito meu. Eu estudava para tirar boas notas. Eu passei na universidade que eu queria. Só calhou de minha mãe ser professora na área que eu tenho afinidade. 
Se ela age como minha mãe? Não fosse seus cabelos negros, ninguém acredita que nós somos conhecidos. Fora de casa ela é a professora Isabella do departamento de fisiologia. Eu sou Ray, calouro da área das biológicas. Dentro de casa é minha mãe. 
- Ei, psiu. Emma - cutuquei-a com a ponta da caneta para que ela me ouvisse.
Ela se virou para trás e me olhou com aqueles olhos verdes brilhantes. Pude notar de leve que seu decote estava mostrando que ela não usava sutiã. 
- No final da aula você pode avisar à turma que não teremos Química I essa semana?
Ela arregalou os olhos com surpresa
- Como você sabe disso? - falou com a voz tão baixa, que só deu para saber o que ela falava por leitura labial. 
Dei meu sorriso malicioso. Se as meninas ficam loucas com o Phill bagunçando os próprios cabelos, elas ficam igualmente loucas com esse sorriso meu. Pelo jeito surtiu efeito na Emma, pois as bochechas dela ficaram da cor de seus cabelos. Ela se virou para prestar atenção na aula e não fez mais perguntas. 
Enquanto Phill sonhava com os átomos, fiquei observando nossa sala. Realmente, a maioria dos colegas estavam presentes na festa do dia anterior, ou reconheci pelo grupo da turma. Alguns alunos anotavam freneticamente até as pausas do professor, então presumi que eram os repetentes. Contei 15 assim. 
E tinha ainda aquela novata que chegou por último. A mesma menina que eu e Phill vimos correndo com a outra garota dormitório afora. Emma perguntaria sobre o espaço, então a gente iria saber se ela que era moradora lá. 
Essa primeira aula de bioquímica serve muito bem para a gente viajar (desculpa professor). A tal novata tinha cabelos muito muito pretos, mais pretos que os meus ou os da minha mãe. Ela era muito branca. Tipo uma branca de neve dos contos. A roupa não era lá essas coisas, não dava para imaginar muito as curvas dela. 
Já as roupas que a Emma estava vestindo.... Não sei se ela tem noção que a roupa é um pouco provocativa. Blusa preta decotada. E como disse anteriormente, dava para ver que não estava de sutiã. Short branco curto. Quase dava para ver a cor da calcinha dela. Aquilo já começava a me deixar com vontade de ver ela por baixo da roupa. Phill estava perdendo a paisagem.
O professor deu a aula por encerrada e pude ver muitos alunos meio atordoados. 
Phill já estava acordado e Emma se levantou para dar o anúncio da aula de química. Antes que ela falasse, Phill a interrompeu:
- Emma, lembra que a novata pode ser do dormitório! Vamos lá Emma, não se esqueça, vai lá perguntar.
- Ook! - Ela disparou para frente da sala. 
Após um breve momento com a novata ela deu a notícia que não teríamos aulas de química e depois retornou à mesa da garota.
Phill olhou para Emma conversando com a garota e perguntou:
- Será que ela faz ginástica? O corpo dela é bem definido, não?
Observei também. As linhas dos músculos das pernas e dos braços eram discretas, porém bem marcadas. Um corpo atlético e bonito. Como será o restante escondido embaixo da blusa e do short? Embora claramente eu estivesse interessado, ia ser meio chato pegar a colega de sala e ficar um climão estranho depois, ainda mais com uma garota tão energética. 
Pude captar o olhar do Phill. Ele olhou para mim e desarrumou seus cabelos. Ouvi uns suspiros por perto. 
Emma voltou ao nosso encontro com novidades:
- A caloura se "chama" Yuki - ela fez o sinal de aspas com os dedos - ok, não é Yuki, mas já esqueci o nome dela. Ela está no dormitório, mas parece que chegou hoje de manhã e não entende nada lá. Acho que ela também está perdida, porque parecia estar procurando algo. Bom, quem não está perdido no primeiro dia de aula, não é mesmo?
Assentimos e acompanhamos Emma e os outros colegas para o jardim da frente do prédio. 
Enquanto a gente curtia o sol da manhã após as aulas, notei a tal Yuki andando sozinha, tentando retornar ao dormitório, pelo visto. Apesar de andar sozinha como veterana, era claro que ela estava perdida. Pude notar que mesmo com a calça jeans e a blusa, agora de pé, ela era um pouco mais alta do que a maioria das garotas e parecia ter um corpo bem normal. Seus cabelos eram longos e pareciam bem macios. Mas nada de excepcional. Ela parece ter achado o caminho para o dormitório e foi-se. 
A maioria dos colegas iam aproveitar a folga, mas eu e Phill pretendíamos ir para casa. Talvez estudar um pouco da bioquímica que ficou perdida no meio dos sonhos babados do Phill e dos meus devaneios com Emma e com a princesa da neve novata. 

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