A sala da turma B da nona série se tornou inacessível por
causa do acidente, então a turma foi movida para uma sala de aula vazia no
andar de baixo do prédio. A professora Júlia foi eleita a professora
responsável pela turma B. Porém, muitas pessoas começaram a faltar às aulas.
Peter, Miki e Miguel estão no telhado da escola,
conversando.
-Não havia nada a ser feito. Não se deprima tanto, Peter –
disse Miguel, tentando anima-lo – culpar-se não irá resolver a situação.
-Há pouco tempo atrás você... – começou Peter.
-Ignorar a sua existência partia meu coração. Mas agora você
está a parte dos fatos, não é? Agora entende nosso motivos?
-entendo.
Parece que ignorar a
existência de dois alunos não resolveu o problema. Então nós voltamos a ser
alunos existentes. Pensou Peter. Agora
Miki conversa com as pessoas da sala. Eu tenho um mal pressentimento sobre
isso.
-E você Miki, sente-se aliviada? – perguntou Peter.
-Sei lá – respondeu ela, inexpressiva – nunca achei que essa
situação fosse um fardo.
-Você realmente é muito estranha – disse Miguel, sorrindo.
Bruna aparece com a
mesma cara de brava. Ela dá uma cotovelada com força na barriga de Miguel e se
aproxima de Peter.
-Vocês dois – disse ela, referindo-se a Peter e Miki – podem
voltar a serem alunos existentes. Mas já vou avisando que é melhor vocês
estarem preparados. Vocês são os culpados.
Peter e Miguel se assustaram com o que Bruna acaba de dizer.
Miki não parece se importar.
-Espera Bruna, como assim? – Miguel perguntou.
-Isso é o que as pessoas dirão – respondeu ela – vocês serão
responsabilizados pelos próximos incidentes que virão. E eu sei que minha
competência será questionada.
-E qual é a sua opinião? – perguntou Miguel.
-Eu não acredito que o Peter seja o responsável, apesar do
que dizem – disse Bruna, debruçada sobre o parapeito do telhado – ainda não
acabou. O ciclo de mortes e meu trabalho como responsável pelas contramedidas
apenas começou.
-É possível que alguns alunos se escondam nas férias de
verão? – perguntou Peter.
-Tenho certeza que sim – respondeu Miguel.
-Algumas pessoas já saíram da cidade – disse Miki.
-É mesmo? – pergunta Miguel, se inclinando para frente para
poder ver Miki.
-Sim – continua ela – muitas pessoas saem de Wetherby e vão
passar as férias em outra cidade.
-Ahh, é tudo tão estranho – diz Miguel, olhando para frente
– mas Miki, você é a mais estranha daqui. Você fala como se não ligasse muito
para a sua vida.
-Falo? – pergunta Miki, desinteressada.
-Sim. Será que você não é o extra desse ano não?
Miguel disse num tom meio debochado, mas todos sentiram
tensão em sua voz.
-Eu... acho que isso não é verdade – disse ela, baixando a
cabeça.
Peter então se lembrou do que Miki disse alguns dias atrás,
sobre ela ter certeza que não era a morta.
-Hum, nós sabemos que nem mesmo o extra sabe que está morto
– disse Miguel.
-Miguel, você pode ser o aluno morto.
Miguel ficou tenso e começou a andar de um lado para o
outro.
-Eu? Não fale isso nem de brincadeira. Eu não quero me
gabar, mas eu lembro de todos os detalhes da minha infância.
Isso foi algo engraçado, pois Peter e Bruna riram.
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