Depois disso, Peter foi buscar alguma coisa em seu armário e
Miki voltou ao clube de artes. Quando os dois estavam voltando para casa, Miki
contou que encontrou com uma colega no clube de arte que havia sido da turma B
no ano de 2003. Miki contou a Peter que perguntou algumas coisas para ela, pois
ela escutou alguns rumores dos inexistentes, vindo do Gabriel. Ela contou que
se lembrava de pouca coisa de 2003. Miki perguntou sobre Luara, mas a garota
não conseguia lembra-se desse nome. Miki então pergunta do inexistente, e a
garota conta o caso, de quando ele exigiu que fosse reconhecido, e depois de
sua morte.
No jantar, Júlia é a
primeira a terminar. Ela começa a se levantar da mesa, mas Peter chama por ela.
-Ah, espere tia Ju. Eu gostaria de perguntar uma coisa.
Ela senta-se novamente à mesa.
-Pode perguntar, Peter. – disse ela sorrindo.
-Você disse que gostaria de ter sido estudante de artes, não
é?
-Sim, eu costumava falar com minha irmã sobre essas coisas
assim.
-Sua irmã, minha mãe?
-Isso mesmo. Ela era minha melhor amiga. Quando eu tinha a
sua idade, eu queria entrar numa universidade de artes, porém meu pai foi
contra.
-O vovô? – perguntou Peter, olhando para o avô.
-Sim, eu briguei com ele e somente Bárbara ficou do meu
lado. Eu estava feliz por isso.
-Ahn, tia. No ano que você estudou na 9ª série, na turma B,
foi um ano que aconteceu um desastre, certo? Eu ouvi do Luís. Você sabe que
havia um aluno extra naquele ano, certo, tia.
-Sim, eu sei.
-Eu quero confirmar se 15 anos atrás, a morte de minha mãe
nessa cidade foi considerada parte da maldição.
-Peter... – começou Júlia, colocando as mãos no rosto,
cobrindo-o totalmente – perdoe-me Peter. Eu sinto muito.
Ela começou a chorar. A avó de Peter sentou-se ao lado do
avô.
-Eu sinto muito Peter. Eu não pude fazer nada.
-Minha pobre Bárbara. – lamentou-se o avô – minha pobre
Bárbara, minha pobre Júlia.
-Pare de dizer coisas assim – disse a avó – venha, vamos
descansar.
-Eu não tenho certeza sobre minha irmã – começou Júlia – mas
creio que o ciclo de mortes foi interrompido naquele ano.
-“Impedido”? Espera. Impedido naquele ano? Como – Peter
começou a perguntar desesperado para Júlia.
-Eu não me lembro.
-Tente se lembrar, de alguma coisa, por favor.
-Bom, não tenho certeza, mas parece que aconteceu alguma
coisa durante a excursão no verão.
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