quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Miki e Yuki

-Era sua prima, Yuki, não era? – perguntou Peter – no dia que nos conhecemos no hospital você estava levando uma boneca para a sua prima, mas era no dia que ela tinha morrido, não era?
-Bom, é meio complicado isso.
-Você pode me contar? – pergunta Peter.
-O nome verdadeiro da minha mãe é Kirika. O nome da mãe de Yuki é Natsumi. São de origem japonesa e a família manteve a tradição de manter nomes japoneses na família. Kirika e Natsumi são gêmeas. Elas cresceram juntas, se casaram e constituíram família. Natsumi teve uma filha.
-Sua prima, Yuki – completou Peter.
-E ela teve outra filha também. Natsumi teve duas meninas gêmeas. Um ano mais tarde, Kirika também engravidou. Porém, o bebê não nasceu.
-Sim, você tinha falado sobre isso – disse Peter.
-Porém, por causa de um aborto expontaneo, ela nunca mais pôde ter filhos. Isso a deixou muito triste e ela começou a se deprimir. Por outro lado, a família de Yuki estava com problemas financeiros e ficaria complicado criar duas meninas. E eles ainda estavam tentando acalmar Kirika, pelo acontecimento.
-então quer dizer...
-Eles me deram à Kirika, como uma filha adotiva. Eu tinha apenas 2 anos. Acho que eles me deram por causa de nossos nomes.
-Nomes?
-Bom, se Yuki tivesse sido entregue à Kirika, seu nome seria Yuki Yuki. Isso seria algo engraçado. Então eles me entregaram e eu fui criada como filha única de kirika. Eu descobri a verdade quando estava na quinta série. Minha avó disse por engano sobre o segredo, e minha mãe ficou muito sem graça e atrapalhada. Ela queria encobrir a verdade, talvez a vida inteira. Ela me ama mais do que minha outra família, mas eu ainda sou uma filha substituta.
Peter se lembrou de algo que Miki disse um dia. Sou apenas uma boneca para ela.
-Apesar de tudo, ela sempre está trancada fazendo bonecas. Porque ela não para de pensar na filha que ela não teve. 
-E o que você pensou quando soube da verdade? – perguntou Peter.
-Eu queria ver minha mãe e meu pai verdadeiros – disse Miki sorrindo – eu disse isso à kirika. Ela ficou chateada no inicio, e depois ficou brava. Ela não permitiu que eu conhecesse minha outra mãe. Mas, eu e Yuki sempre nos encontrávamos em segredo. Ela ia na minha casa sempre que minha mãe não estava e nós saíamos para passear juntas. Ela sabia que nós éramos gêmeas. Ela adorava ir na minha casa porque lá é cheio de bonecas. Um dia perguntei o que ela queria de aniversário e ela respondeu: quero aquela boneca. E eu sabia de qual boneca ela estava falando. Mas então, no inicio desse ano ela ficou doente. Ela precisava de um transplante de medula ou rim. Eu era compatível, mas por ser muito jovem, precisaria de autorização da minha mãe. Porém, ela não resistiu.
-Por isso você foi entregar a boneca.
-na verdade, eu iria entregar a boneca porque ela tinha feito a cirurgia e tinha sido um sucesso. Foi um presente de comemoração. Porém, Yuki é minha irmã, e ela está incluída na geração afetada pela maldição de nossa classe.
-Então foi por isso que você tinha me dito que já tinha começado.
-Eu na verdade não queria acreditar que tinha perdido minha irmã para a maldição. É por isso que a chamava de prima.
-Sua irmã morreu em abril, e eu só cheguei em maio. Isso significa que a maldição começou antes de eu chegar na escola. Quer dizer que já tinha o aluno extra. É por isso que você tinha certeza que eu não estava morto?
-Sim. Mas também por outro motivo – ela tira o tapa olho novamente – esse olho de boneca. Eu já te disse que ele vê coisas que não deveriam ser vistas. Eu vejo uma cor que nunca vi com meu olho esquerdo. É a cor da morte. Eu a vejo em todas as pessoas que morrerão em breve. A primeira vez foi no funeral de um parente. Eu pude ver uma cor muito linda nele, e eu via a cor pelo olho que minha mãe tinha me dado. Então eu pude notar que era a cor da morte. A cor é mais forte nas pessoas mortas, e mais tênue em pessoas com ferimentos ou doenças.  Mas não é uma premonição. Pessoas que morrem de acidente súbito não possuem essa cor antes de morrer. Eu nunca falei isso para Yuki, e depois do ocorrido, decidi manter o olho coberto. É também por isso que queria ver a foto de formatura de sua mãe.
-Você queria ver a cor na foto de Yuki?
-Sim. Foi a primeira vez que consegui ver a cor da morte em uma foto. E também não vejo a cor da morte em você. Por isso tenho certeza que você não é o aluno morto.
-E sabe que não é você pelo mesmo motivo?
Ela afirma positivamente com a cabeça.
-Isso significa que você sabe quem é o aluno extra?
-Eu uso o tapa olho na escola. – respondeu Miki.
-Você escreveu na sua mesa “quem está morto”.
-Na época, mesmo que soubesse, não adiantaria nada.
-Mas e agora? A pessoa extra está aqui nessa casa?
Um trovão faz um barulho do lado de fora da casa. A chuva aperta.
Miki afirma que sim.
-Quem é o extra? Quem é?
-É...
Batidas violentas na porta do quarto de Miki obrigam os dois a olharem para a direção da porta.

-Peter! – Miguel entra desesperado pela porta – acho que eu fiz algo terrível!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Fotos

-Eu achei a foto no último quarto – disse Peter – na verdade, não sei por que as fotos estavam lá. Foi minha vó quem achou.
Miki e Peter estão debruçados sobre uma caixa cheia de fotos. São fotos de quando Bárbara e Júlia eram mais novas.
-Hoje quem usa aquele quarto é Júlia – disse Peter.
Miki pega uma foto de Bárbara, no ano de formatura. Ela tira seu tapa olho e olha para a foto.
-Você consegue perceber quem era Yuki nessa foto, Peter? – pergunta Miki.
-Bem, consigo ver que a pessoa parece estranha – disse Peter.
-Estranha? Estranha em que sentido? – pergunta Miki.
-Bom, ele parece mais pálido do que os outros alunos. Ele tem algumas manchas também, como se estivesse machucado ou algo assim.
-E a cor? Vê alguma cor estranha? – pergunta novamente Miki.
-Não, nenhuma cor estranha – respondeu Peter.
-Obrigada – disse Miki.
Ela pega outras fotos na caixa e começa a vê-las. Vê algumas fotos de quando Bárbara estava casando, quando Bárbara e Júlia eram pequenas, quando Júlia pintava um quadro alegremente e Bárbara a observava.
-Júlia ainda pinta em casa, Peter?
-Sim. Ela gosta muito mais de pintar. Você também estava desenhando algo, não era? Quem era a modelo?

-Era... – Miki demorou um pouco a responder.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Melhorar

Peter começa a voltar a respirar. Luís decide levar Tommy para o hospital mais próximo e deixa Peter na casa, já que ele estava voltando ao normal.
Peter acorda em sua cama e Miki está sentada numa cadeira ao seu lado.
-Você está bem. Luís levou Tommy ao hospital, mas como você estava melhorando, ele o deixou aqui. Foi Gabriel e Miguel que te trouxeram até aqui. Obrigada por me defender na mesa do jantar.
-Ah, isso não foi nada – respondeu Peter.
-Mas, tem coisas que eu quero te dizer ainda – disse Miki – eu tenho um quarto só meu. Leve a foto mais tarde para que eu possa ver.

Enquanto isso, Miguel olha aterrorizado para Lucas, que está caído no chão e inconsciente. 

sábado, 25 de janeiro de 2014

Culpa

9 de agosto
Bruna se levanta e pede um minuto à professora Júlia. Ela cede o tempo à aluna e Bruna começa:
-Eu sinto muito por ter falhado como responsável pelas contramedidas. Sei que todos querem acreditar que essa viagem possa acabar com a maldição. Porém, acredito que a culpada pela manifestação da maldição seja Miki.
Peter, Miguel e Gabriel se assustam com o comentário de Bruna, porém Miki não se mexe na cadeira, nem parece revoltada.
-Miki tem responsabilidade pelo desastre desse ano – continuou Bruna. As pessoas sentadas à sua mesa concordaram com a cabeça – se ao menos Miki tivesse cumprido seu papel como aluno inexistente, creio que ninguém teria morrido.
-Espera um pouco – interrrompeu Miguel – o que aconteceu foi inevitável. Todos sabemos que ignorar uma pessoa funciona em alguns anos e em outros não.
-Se Miki tivesse ignorado Peter desde o inicio – disse ela, como se Miguel não tivesse falado nada – a contramedida não teria falhado. Eu tenho certeza que a culpa é dela.
-Bom, o que você então sugere que ela faça? – perguntou Miguel.
-Que ela peça desculpas – respondeu Bruna – quero ouvir um pedido de desculpas dela. Porém, no momento que permitimos que Miki voltasse a existir, você continuou a agir como se nada tivesse acontecido.
-Não vale a pena – disse Miki afastando a cadeira e se levantando – me desculpar mudaria algo? Se mudar, eu peço desculpas.
Um minuto de silêncio no salão.
-Miki, você não precisa pedir desculpas – disse Peter.
Miki vira-se para Bruna e diz:
-Me desculpem, a culpa foi minha.
-Não foi! – Peter se levanta, gritando.
-Parem com isso! – grita Gabriel.
-Parem com essa bobagem. O que importa agora é descobrir que é o estudante extra! – disse Miguel.
Porém, Peter cai no chão. É novamente a doença.
Na outra mesa, Tommy desaba na mesa e começa a arfar. Luís se aproxima e pergunta se o garoto é asmático. Lucas entrega um inalador, porém está vazio. Não há outro com o aluno.
-Júlia, chame uma ambulância! – grita Luís.

Ela tenta ligar de seu celular, mas o celular não tem sinal. Todos alunos então tentam chamar uma ambulância, mas a maioria dos celulares estão fora de área de cobertura. Os celulares que têm sinal não conseguem realizar ligações. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Pensar

Já é de noite, o céu está bem nublado e o tempo indica que vai haver chuva durante a noite.  Todos estão reunidos no refeitório da casa. Bruna, Vera, Jacqueline e Tomas estão sentados em uma mesa. Gabriel, Peter, Miguel e Miki estão em outra, próxima à mesa de Bruna. Perto da mesa de ambos, está Lucas, Tommy, um garoto asmático e outros dois garotos. Os dois professores ocupam uma mesa e outros alunos ocupam as mesas restantes.
-Tenho pensado em quem pode ser o aluno extra – disse Miguel em uma altura de voz que só eles poderiam ouvir.
-Tem alguma ideia? – perguntou Peter.
Miguel ia responder, mas percebeu que os olhos de Bruna o fitavam com olhos desconfiados.
-Tem que haver algum meio de descobrir quem é – disse Miguel, abaixando um pouco o tom de voz.

-Pode ser que há, mas não sabemos o que é – disse Peter.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Diferenciar

Os cinco ficaram em silêncio.
-Não conseguimos ouvir o nome. – disse Miki, quebrando o silêncio.
-Será que foi alterado? – Perguntou Peter.
-Possivelmente – disse Miki.
-Bem, não precisamos de um nome. – disse Lucas.
-É verdade. Só precisamos saber como diferenciar o aluno morto. – disse Miguel.
-Vocês acham que o morto veio? – perguntou Gabriel, soturno.
Eles se silenciaram por um instante.
-Dizem que é muito difícil de diferenciar um morto. Ou impossível. – disse Peter.
- É, o caso do Victor foi pura coincidência. – disse Lucas – mas e se descobríssemos quem é o aluno extra? Devemos matá-lo?
-Bem... – começou Miguel.
-Você conseguiria matar um colega de sala? – perguntou Peter a ele.

Todos eles fitaram uns aos outros por um breve período. Miki baixou os olhos para o toca-fitas e todos eles fizeram o mesmo. Então um barulho veio do aparelho, indicando que a fita tinha finalmente chegado ao fim.

sábado, 18 de janeiro de 2014

O que aconteceu

Dentro da grande sala da casa, todos os alunos estão reunidos para ouvir o que a professora Júlia tem a dizer.
-Amanhã nós iremos ao templo que fica na montanha para rezarmos pela nossa segurança. Vocês podem ir aos quartos. São três pessoas por quarto. Assim como foi feito 15 anos atrás. - Acrescentou ela em voz baixa.
-Obrigada por escolherem nossa casa. – falou uma senhora com um avental, a dona do lugar.
Ela estava ao lado do marido, ele também com um avental. Aparentemente, eles estavam na cozinha.
-Obrigada vocês por nos receberem nesses 3 dias – agradeceu a professora Júlia.
-É um prazer recebê-los aqui. Os quartos já estão prontos e se precisarem de alguma coisa é só pedir a mim ou ao meu esposo.
Miguel, Gabriel, Peter, Lucas e Miki estão reunidos no quarto de Miguel, Gabriel e Peter. os três garotos contaram a Lucas sobre a fita e se reuniram para ouvir o restante. Gabriel trouxe, além da fita consertada, um toca-fitas. Eles colocaram a fita desde o início, para que Lucas pudesse ouvi-la e entender seu conteúdo.
Agora prestem atenção, pois essa é a parte mais importante. Aconteceu algo muito importante no sopé da montanha. Aconteceu na floresta, um pouco longe do alojamento. Eu acabei discutindo com um rapaz. Nós começamos a brigar e acabamos partindo para uma luta. Eu o empurrei com muita força, ele tropeçou e caiu para trás, batendo em uma árvore. Como ele demorou muito para se levantar, fui vê-lo. Então eu percebi. Eu percebi que ele estava morto. Um ramo atravessou ele e o matou.
Assustado, corri de volta para o alojamento. Não consegui dormir nada durante a noite. Estava com medo que alguém pudesse descobrir o corpo. Porém, de manhã, nada de diferente tinha acontecido. Por isso fui até o local onde discuti com o garoto. Mas não estava lá. O corpo não estava lá. Tinha sumido. Tudo desapareceu. O sangue, as marcas deixadas no chão, o ramo estava intacto, não havia nenhuma pista sobre o acidente. Fiquei assustado.
Voltei e resolvi perguntar sobre o garoto aos outros colegas. “Ele, aquele rapaz já voltou?”. Porém, eles me olhavam como se eu tivesse doido até que um deles me falou “Victor, você está falando sobre esse rapaz, mas que é ele?”.
Eu fiquei nervoso. Então me disseram que havia somente 20 estudantes. Mas eu tenho certeza que éramos 21. Foi então que eu percebi. Talvez o estudante que eu tinha matado era o aluno extra. Ironicamente, o que eu fiz salvou nossa turma da maldição. Depois disso, nenhum aluno ou familiar morreu depois da excursão. E a evidência real de que eu matei o aluno extra é que ninguém mais se lembrava dele. Sua existência tinha sido apagada, assim como a memória dos outros a respeito do rapaz.
Como o morto não estava mais em nossa turma, o número de alunos voltou ao número original, acabando com a maldição. E como eu era o único envolvido com a morte dele, era o único que se lembrava.

Por isso, resolvi fazer isso. Eu sabia que não ia demorar muito para esquecer este fato. Esta é minha confissão. Se vocês ainda estão se perguntando como se para o que chamam de calamidade ou maldição, só há um meio de o fazer. Matem o morto. Mandem o morto de volta para a morte. 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Sentimentos

O lugar estava em perfeita paz. Todos sabiam que o sentimento que todos estavam tendo era o de ansiedade e terror. E sabiam também que se alguém falasse alguma coisa indesejada, os levaria de volta à realidade. Outra coisa que eles sabiam, lá no fundo de seus corações, é que essa paz não duraria muito. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Fotos

Os alunos e os professores Luís e Júlia chegaram ao lugar da excursão. Eles vão passar as noites em uma grande pousada ao pé da montanha.
-Você está com a fita? – Miguel pergunta baixo a Gabriel;
-Sim, mas não escutei. – respondeu ele, igualmente baixo.
Todos os alunos observam a grande casa em silêncio.
-Ei, vamos tirar uma foto da turma junta. – disse Gabriel, pegando uma máquina fotográfica – essas são nossas últimas férias do ensino fundamental juntos. Vamos para o portão.
Todos caminham silenciosamente em direção ao portão. Nem mesmo nesse momento as pessoas conversam entre si. Todos os alunos se juntam.
-Ei, os professores devem aparecer na foto também.
Júlia e Luís aparecem ao lado dos alunos.
-Juntem um pouco mais, não está cabendo – disse Gabriel.
Miki da um passo para o lado de Peter. Gabriel bate a foto. 
-Ei, Gabriel – disse Miguel – deixe eu bater uma foto para você aparecer também.

Gabriel fica no lugar que estava ocupado por Miguel, ao lado da professora Júlia. 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Conhecido?

Tem uma latinha vazia, perto dos pés de Bruna. Seu rosto está todo molhado de lágrimas.
-Irmão idiota. Irmão idiota. – diz ela chorando e tentando enxugar as lágrimas com a manga do uniforme – Idiota!
Ela dá um grito e chuta a latinha com todas as forças em direção ao rio. Ela continua a soluçar. A latinha voa e faz um barulho diferente ao bater em alguma coisa.
-Ai. Doeu. – diz alguém.
Ela escuta a voz e se apressa a descer o pequeno morro para ver se a pessoa está bem.
-Mil desculpas, você está bem?
Porém o morro era um pouco mais íngreme do que Bruna se lembrava e como ela desceu correndo, perdeu o equilíbrio e desceu aos tropeços. Ela cai perto da margem do rio, e reclama do corpo dolorido pela queda.
-Você está bem? – pergunta o dono da voz.
Ela levanta o rosto na direção da pessoa e vê um garoto que aparenta ter a mesma idade que ela, tem os cabelos castanhos e um pouco magro, e usa roupas informais, como calça e uma blusa clara. Ele oferece a mão para ajudá-la a se levantar do chão.
-Prazer em te conhecer. Sou Peter.
Ela hesita um pouco em pegar na mão dele.

Bruna então se vê em sua própria cama, com a mão estendida para cima. Seus cabelos estão espalhados pelo travesseiro e ela olha com surpresa para sua mão. 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Conversa entre os corredores

-Você ficou sabendo sobre a Luísa? Parece que ela e a família saíram da cidade, por causa do ocorrido da Tuma B.
-É mesmo? Mas isso é algo bem comum, não?
-Sim, mas o carro onde ela e a família estavam sofreu um acidente e todos eles morreram.
-Acha que isso foi por causa da maldição?
-Não sei. O irmão de Vera morreu no mesmo dia, não é?
-Sim, um trator invadiu a casa dele.
-Sabe, ouvi rumores sobre uma excursão. Parece que há um significado.
-Tipo pedir ajuda aos deuses ou algo assim?

-ouvi rumores de que uma classe foi salva ao fazer isso. 

Sexto

Vera vai andando para sua casa bem devagar, pensando. Ela então se depara com um trator que desceu descontroladamente pela rua e entrou na metade de sua casa.

-Não!!! – ela grita, olhando para onde ficava a janela do quarto do seu irmão. 

domingo, 12 de janeiro de 2014

Quintos

Luísa e Vera voltam em silêncio para casa. Luísa decidiu se mudar de cidade, e os pais de Vera estão no trabalho. Elas vão andando juntas, embaixo da chuva, até chegarem em uma rua que se divide em duas.
-Até mais, cuide-se – disse Vera.
-Você também. Eu ligo quando chegar. – respondeu Luísa.
Elas se abraçam e cada uma vai para uma rua diferente.

Luísa chega em casa e já está tudo no carro. Todas as coisas foram empacotadas e a casa está vazia. Ela entra no carro. Seus pais estão na frente, e ela está próxima dos limites da cidade. A estrada está calma, a chuva não está forte, e o caminho está limpo. Eles estão passando por uma curva, perto de uma ribanceira e uma pedra do tamanho de uma bola bate no vidro, fazendo-o se estilhaçar. Seus pais não conseguem enxergar nada e o carro derrapa na rua, caindo no buraco. 

sábado, 11 de janeiro de 2014

Parte A

A fita começou a rodar e então veio a voz de um Victor anos mais novo do que aquele que eles viram na lanchonete.

Bem, meu nome é Victor. Sou um estudante da turma B, do ano de 1980, da 9ª série. Vou me graduar logo. Estou no meu quarto no momento, gravando essa fita, e quando terminar, pretendo escondê-la em algum lugar da nossa sala. Se alguém encontrar essa fita, presumo que será um aluno da turma B. Se você está ouvindo essa fita, provavelmente você é um aluno da turma B e não está sozinho. Você deve de estar aterrorizado pois provavelmente está sofrendo com a calamidade, maldição, fenômeno, como queira chamar. Tenho duas razões para gravar essa fita e deixá-la para as futuras gerações. A primeira é a confissão de um pecado. Preciso contar isso a alguém. E a segunda razão é deixar uma mensagem, um conselho para os jovens. A mensagem se refere ao morto que aparece na turma B e ao ciclo que se manifesta em consequência dessa manifestação. Eu sei como pará-lo. Mas acho que devo começar do início.
Nossa turma realizou uma excursão em agosto. Ficamos 3 dias e duas noites, no dia 8 de agosto, eu acho. Fomos a um campo, e lá perto tinha um templo, o templo de Wetherby. Nosso professor sugeriu que fossemos até lá e rezássemos, pois assim a maldição iria embora. Éramos 20 estudantes. No segundo dia, escalamos a montanha com nosso professor, em direção ao templo. Porém o templo não recebia visitas há um bom tempo. Nós nos juntamos e limpamos o templo, catamos folhas secas. Ele estava velho e não recebia manutenção, havia sido esquecido. Depois de limpo, nós rezamos todos juntos e achamos que isso seria suficiente para acabar com a maldição. Nós acreditamos porque o professor disse com tanta confiança “acabou. Tudo ficará bem agora”. Porém não havia acabado. Aquela maldição não seria terminada de forma tão fácil.
Na volta, começou a chover. E a chuva virou uma tempestade rapidamente. Enquanto voltávamos, a primeira pessoa a morrer foi um colega meu, Cristiano. Ele foi imprudente. Ele resolveu usar o guarda-chuva dele, mas nós estávamos em um lugar alto. Ele estava próximo de mim, então eu fiquei cego. Ele foi atingido por um raio e morreu. Eu ainda tenho pesadelos e me lembro do corpo caído e eletrocutado. Então todos os estudantes começaram a gritar e correr desesperados. Eu também corri. Então uma garota desesperada escorregou e caiu num buraco. Ela bateu a cabeça nas árvores e nas pedras. Nós não pudemos ajudar nenhum dos dois. A única coisa que podíamos fazer e chegar na base da montanha e pedir por socorro. Rezar no templo não ajudou nada.
Agora prestem atenção, pois essa é a parte mais importante.

Porém, a fita ficou em silêncio por um tempo. Os quatro se entreolharam e ouviram passos vindos do lado de fora da sala. A maçaneta da sala começou a girar e eles entraram em pânico. Miguel abre o toca fitas e retira a fita de lá enquanto os outros se escondem. Entra um professor, olha em volta, não percebe nada de estranho e volta a fechar a porta. Cada um sai de onde estava escondido quando Gabriel vê que a fita está nas mãos de Miguel, porém ela estava com toda a fita desenrolada, presa ao toca-fitas. Quando Miguel assusta, ele puxa a fita e ela se arrebenta.
-Ah, não pudemos ouvir a parte mais importante!
-Calma, é só consertar a fita – disse Gabriel, calmamente.
-ela pode ser consertada? – perguntou Miguel aflito – então conto contigo – disse ele, entregando a fita para Gabriel.
-Não tem problema de deixarmos com você a fita, Gabriel? – perguntou Peter.
-Não, farei o meu melhor para consertá-la.

Eles deixam a fita com Gabriel e vão embora.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A busca pelo que foi deixado

No dia seguinte, por volta das 3 da tarde, Peter e Miguel chegam na escola. O dia está muito nublado e um pouco escuro. Está fazendo um pouco de frio, mas não há vento. Eles estão caminhando em direção da entrada quando escutam uma voz:
-Peter. Miguel. O que vocês que não participam de clube nenhum fazem aqui?
Era Luísa, acompanhada de Vera, uma garota com cabelos curtos e com presilhas. Ela é sempre bem educada com todos os colegas de sala.
-Eles devem estar com saudades das aulas, Luísa. – disse ela, sorrindo.
-Vamos nos encontrar com o Gabriel. E vocês, por que estão aqui?
Elas se olharam e disseram:
-Nós estamos procurando pelo professor Luis.
-Vocês procuraram na biblioteca menor, no outro prédio?
-Ah, não, ele não está na biblioteca agora. Ele é o professor responsável pelo clube de teatro. – disse Luísa.
Miguel e Peter assustaram –se.
-Luís? O mesmo que assusta todos com aquele jeito esquisito? – perguntou Miguel.
-Ele é ótimo. Mas e vocês? O que estão fazendo aqui?
Eles se entreolharam e Peter disse:
-Estamos procurando um jeito de interromper a maldição. Não sabemos de nada ainda, mas se descobrirmos, vamos revelar para a turma.
-Há um jeito? – perguntou Vera.
-Acreditamos que sim.
-Bom, vamos embora, Vera. Até mais Peter, Miguel.
Elas se viram em direção à saída e caminham lentamente.
Os dois entram no prédio e vão até a sala de artes. Eles tentam a porta, e ela está destrancada. Eles abrem e entram na sala, esperando encontra Gabriel, mas é Miki que está lá dentro.
-Miki? O que você está fazendo aqui? – perguntou Miguel espantado.
-Eu estava entediada em casa e vim aqui desenhar.
-Onde está Gabriel? – perguntou Peter.
-Eu não sei. E vocês? O que vieram fazer aqui junto com Gabriel?
-Ah, bem...- começou Miguel.
-Desculpem! – disse Gabriel, entrando rápido na sala.
Ela observa os três.
-Nós vamos explorar, sabe... – disse Miguel.
-E qual lugar que vocês desejam explorar? – perguntou ela, sorrindo.

Eles vão até onde há uma placa indicando “não ultrapasse”, pendurada em uma escada. Essa escada dá acesso para algumas salas do prédio antigo. Eles param diante dela e ficam olhando por um tempo. Miki dá um passo a frente, passa por cima da placa, começa a subir as escadas. Eles vão logo atrás dela.
Começa a chover do lado de fora. As gotas de chuva caem na janela, fazendo barulho. Eles percorrem pelo corredor, procurando a sala da antiga turma B.
-Deve de ser a segunda sala. – disse Miki – há um tempo atrás, eram sempre 5 turmas da nossa série.
Eles abrem a porta e entram na sala. Os três meninos acendem as lanternas que trouxeram e iluminam a sala. Ela está entulhada de coisas antigas da escola, caixas cheias de livros, o armário da sala está no canto enferrujando, e ao passarem perto de uma carteira, ela tem um monte de poeira levantada. Eles começam a procurar entre as caixas, perto das mesas, olhando por tudo, e Miki se aproxima das coisas da janela, pois lá há claridade.
Peter abre algumas caixas e folheia alguns livros. Miki encontra um caixa aberta com algumas fantasias dentro, enquanto Miguel abre as portas dos armários. Gabriel afasta algum material empacotado e o coloca no lugar.
-O que vocês estão procurando não deve estar num lugar muito fácil de achar, senão qualquer pessoa tiraria do lugar. – disse Miki.
-E também não pode estar num lugar muito difícil, pois não faria sentido deixá-lo para os futuros estudantes. – Disse Miguel.
-Deve estar em algum lugar que ainda não olhamos. – falou Gabriel.
Peter olha ao redor e vai na direção dos armários que Miguel abriu anteriormente. Ele olha no interior, afasta as coisas e olha para cima para pensar. Então ele vê algo, um pacote preso com fitas marrons no teto do armário. Peter arranca o pacote do teto e mostra aos outros.
-olha, tem algo escrito nisso.
Havia algo escrito na parte que se encontrava contra o teto do armário.
-Deixe-me ver... “Aos futuros alunos da turma B que estão sofrendo com os infelizes acidentes dessa turma.”
-Bingo! – disse Miguel, animado.
-Encontramos, Victor deve ter escrito isso – disse Gabriel.
Peter abriu com cuidado o pacote. Depois de aberto, eles encontraram uma fita cassete dentro. Eles foram até uma sala onde havia alguns materiais de rádio.
-Mesmo que não há ninguém aqui, acha que não terá problema? – perguntou Peter.
-Desde que ninguém descubra, não tem problema.

Eles entraram na sala e fecharam a porta. Gabriel encontrou o tocador apropriado e colocou a fita e apertou o botão para começar.

domingo, 5 de janeiro de 2014

O que foi deixado

Durante a semana, Peter, Miguel e Gabriel voltam à lanchonete. Eles estão na mesma mesa que estiveram antes conversando sobre Victor, e é sobre ele que eles conversam novamente.
-O que você acha que ele quis dizer com “Foi por isso que eu deixei aquilo lá, em segredo”? – perguntou Miguel.
-Vai ver ele descobriu o porque de sempre ter algum aluno extra. Ou então...
Vários homens entram na lanchonete, um deles senta-se de costas para os garotos, no balcão. Daniela vai atendê-los e nota que Victor está entre eles. Eles pedem algumas bebidas e começam a rir enquanto bebem.
Ela vai até a mesa dos garotos e fala:
-Ei, Victor está aí hoje. Querem tentar falar com ele?
OS três concordam com a cabeça, levantam-se e Daniela aponta para o homem da ponta do grupo. Eles se aproximam dele e começam a conversar.
-Victor, nós somos estudantes da turma B e ficamos sabendo que você conseguiu alguma coisa na excursão de 15 anos atrás. Ocorreu um acidente, não foi? – Miguel perguntou a ele.
-Sim, eu me lembro de pouca coisa daquela viagem – disse ele, bebendo – lembro de que fomos num templo, de alguém ter morrido nas montanhas.
-você se lembra se o acidente ocorreu antes ou depois de vocês visitarem o templo? – perguntou Peter.
-Eu não me lembro. – disse ele, bebendo mais.
-Você disse alguma coisa sobre ter deixado alguma pista para os alunos. Se lembra do que era e onde a deixou?
-Não me lembro, não consigo.
Ele terminou de beber o que tinha dentro do copo, abaixou a cabeça e ficou quieto um instante. Então ele levanta a cabeça, os olhos fitando o vazio, bem abertos.

-Eu ... –disse ele baixinho, obrigando os garotos a se aproximarem – deixei algo na sala. Eu os protegi, deixando lá na sala de aula. Tenho certeza.
Eles deixaram Victor, pois ele se levantou, deixou o dinheiro na bancada e foi embora.
-Na sala de aula? – perguntou Miguel.
-Ele deve estar falando da antiga sala da turma B, que era no antigo prédio da escola.
-Então já sabemos onde procurar – disse Miguel.
-Não vamos contar para ninguém ainda. – diz Miguel – vamos deixar Bruna e Lucas de fora até termos certeza de que é algo importante ou que a ajuda deles será necessária.
-Bom, que tal começarmos a procurar hoje? – perguntou Miguel.
-Eu vou ter que sair com minha família – disse Gabriel – que tal a noite?
-Aí poderíamos pedir para Luis abrir para a gente. – Disse Peter.
-De noite não, fica difícil procurar no escuro – disse Miguel.
-Que tal amanhã de tarde? Nós poderíamos nos reunir em alguma sala – sugeriu Peter.
-Poderíamos nos reunir na sala de artes. Fica no prédio antigo, eu tenho a chave e os alunos não tem ido por causa das férias. – disse Gabriel.
-Perfeito – concordaram os outros dois.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Você não está morto

Peter está no andar de baixo da loja de bonecas, conversando com Miki. Ela está ajoelhada, observando a boneca que está dentro do caixão, a mesma boneca que Peter acha semelhante a Miki.
-Sei – disse ela - então ele foi colega de classe da sua tia. Se eu conseguir descobrir um jeito de conversar com o Victor, Miki, você gostaria de ir comigo?
Ela balança a cabeça, silenciosamente, como um não. Ela continua observando a boneca.
-Você serviu de modelo para essa boneca? Quando nos encontramos aqui pela primeira vez, você disse que ela era sua outra metade.
-Esta boneca – começou Miki – é baseada na filha que Kimiko teve 12 ou 13 anos atrás.
-Você teve uma irmã? – perguntou ele espantado.
-Essa filha – disse a garota – nasceu prematura e morreu após o nascimento. Essa boneca é baseada na filha que ela nunca viu crescer
Miki arruma os cabelos da boneca por um tempo, levanta a franja e olha os olhos da boneca.
-Você tem fotos com sua mãe? – perguntou ela – você disse que deveria ter fotos na sua casa, já que esse foi o lugar onde ela cresceu. Você encontrou a foto que aparece a pessoa morta?
-Ainda não encontrei as fotos, mas estou procurando.
-Caso você encontre, poderia me mostrá-las?
-Claro, não há problemas.
Miki pega um pedaço de papel, escreve alguma coisa e o entrega a Peter.
-Eu vou viajar essa semana para ficar com os meus pais. Toma, esse é o meu número de celular. Me ligue caso ocorra alguma emergência.
Peter pega o papel e exclama:
-Você tem um telefone celular? Eu pensava que você odiava esse tipo de coisa.
-Eu odeio. É perturbador estar o tempo todo conectado com os outros através das ondas eletromagnéticas. Eu não o carrego o tempo todo, mas minha mãe insiste. Ela diz que é para minha própria segurança.
-Entendi.
Eles ficam em silêncio um pouco e então Miki pergunta:
-A propósito, você achava que era o morto. Tirou suas dúvidas?
-Sim – respondeu ele, olhando para o lado.
Ela fica séria por um instante e sai correndo, desaparecendo atrás da cortina. Ele vai atrás dela e se pergunta o que há ali.
-Aqui – diz ela – é onde guardamos as bonecas novas.
Ele se aproxima de uma caixa em pé no formato de caixão. Miki está dentro dele. Ele se aproxima cautelosamente e ela abre os olhos. Ele fita com medo o seu olho que ela sempre mantém coberto.
-Não se preocupe. Você não está morto. Peter, você não está morto.
Ela levanta, coloca o tapa olho novamente sobre seu olho direito e diz:

-Quando você tiver as fotos, me avise. 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

um sinal discreto para resolver o problema

Miguel e Gabriel entram pela porta e Daniela dá boas vindas a eles.
-Desculpe nosso atraso – diz Miguel sorridente.
Miguel está usando uma camisa floral verde e Gabriel está usando uma camisa clara, com uma imagem dos relógios de Dalí estampados. Bruna fecha a cara com a chegada dos dois, levanta-se, pega sua xícara e vai até a cadeira do lado de Peter.
-Você me odeia tanto assim, Bruna? – pergunta Miguel, despontado.
-Você quer mesmo saber? –pergunta ela, sarcástica.
-Ah esquece, temos algo mais importante.
Miguel e Gabriel ocupam as cadeiras vagas. Miguel senta de frente para Peter e Gabriel senta-se de frente para Bruna.
-Qual o assunto que vocês querem discutir? – Bruna pergunta.
-Gabriel, fale – Miguel vira-se para Gabriel.
-Sabe – começou ele – apesar de nossas mães serem diferentes, Daniela é minha irmã, isso significa que ela também pode sofrer com a maldição. Eu não poderia simplesmente ficar de braços cruzados.
-Você contou para ela a situação? – perguntou Peter.
-Sim, eu contei tudo. Ela estudou na mesma escola que a gente, e apesar de não ter sido da turma B, ela sabe as regras da nossa turma e me levou a sério.
Bruna observa Daniela e os garotos. Então, algo que Miguel diz chama-lhe a atenção.

-Gabriel – diz Miguel – você disse a ela sobre a nossa viagem do mês que vem, não disse? Então chegou o momento. Existe uma informação muito importante que conseguimos, através de Daniela.
Daniela se aproxima da mesa, fazendo um sinal afirmativo com a cabeça. Os quatro olham atentamente para ela. Ela puxa uma cadeira e senta na ponta da mesa.
-Um dos nossos clientes se chama Victor. Ele vem aqui semanalmente e eu sabia que ele tinha estudado na Wheterby, mas só recentemente descobri que ele estudou na turma B. Reuni coragem e perguntei se no ano que ele estudou houve a maldição. Ele então disse “naquele ano... sim, naquele agosto de 1980... eu me lembro da maldição.” Ele então bebeu um pouco mais.
-Ele disse – continuou Daniela – “a maldição naquele ano não foi minha culpa” ele cobriu o rosto com as mãos e disse ainda “eu salvei todos, eu precisava contar para eles. Foi por isso que eu deixei aquilo lá, em segredo”. Isso aconteceu há umas duas semanas. Desde então, venho perguntando para ele, mas ele não se lembra de nada.
-O que ele deixou? O que será aquilo? – perguntou Peter.
-Isso não está te deixando curiosa? – perguntou Miguel, virando se para Bruna.
-Será que esse tal de Victor conseguiu interromper o ciclo de mortes? Será que ele deixou alguma pista em algum lugar?
Os quatro ficam pensando por um instante.
-Se tivesse um meio de contatar ele... – diz Miguel.
Bruna então levanta a cabeça e vira-se para Peter.
-Peter, você não conhece uma pessoa que estudou com Victor na turma B?
Peter entende o que ela quis dizer.