Durante a semana, Peter, Miguel e Gabriel voltam à
lanchonete. Eles estão na mesma mesa que estiveram antes conversando sobre
Victor, e é sobre ele que eles conversam novamente.
-O que você acha que ele quis dizer com “Foi por isso que eu
deixei aquilo lá, em segredo”? – perguntou Miguel.
-Vai ver ele descobriu o porque de sempre ter algum aluno
extra. Ou então...
Vários homens entram na lanchonete, um deles senta-se de
costas para os garotos, no balcão. Daniela vai atendê-los e nota que Victor
está entre eles. Eles pedem algumas bebidas e começam a rir enquanto bebem.
Ela vai até a mesa dos garotos e fala:
-Ei, Victor está aí hoje. Querem tentar falar com ele?
OS três concordam com a cabeça, levantam-se e Daniela aponta
para o homem da ponta do grupo. Eles se aproximam dele e começam a conversar.
-Victor, nós somos estudantes da turma B e ficamos sabendo
que você conseguiu alguma coisa na excursão de 15 anos atrás. Ocorreu um
acidente, não foi? – Miguel perguntou a ele.
-Sim, eu me lembro de pouca coisa daquela viagem – disse
ele, bebendo – lembro de que fomos num templo, de alguém ter morrido nas
montanhas.
-você se lembra se o acidente ocorreu antes ou depois de
vocês visitarem o templo? – perguntou Peter.
-Eu não me lembro. – disse ele, bebendo mais.
-Você disse alguma coisa sobre ter deixado alguma pista para
os alunos. Se lembra do que era e onde a deixou?
-Não me lembro, não consigo.
Ele terminou de beber o que tinha dentro do copo, abaixou a
cabeça e ficou quieto um instante. Então ele levanta a cabeça, os olhos fitando
o vazio, bem abertos.
-Eu ... –disse ele baixinho, obrigando os garotos a se
aproximarem – deixei algo na sala. Eu os protegi, deixando lá na sala de aula.
Tenho certeza.
Eles deixaram Victor, pois ele se levantou, deixou o
dinheiro na bancada e foi embora.
-Na sala de aula? – perguntou Miguel.
-Ele deve estar falando da antiga sala da turma B, que era
no antigo prédio da escola.
-Então já sabemos onde procurar – disse Miguel.
-Não vamos contar para ninguém ainda. – diz Miguel – vamos
deixar Bruna e Lucas de fora até termos certeza de que é algo importante ou que
a ajuda deles será necessária.
-Bom, que tal começarmos a procurar hoje? – perguntou
Miguel.
-Eu vou ter que sair com minha família – disse Gabriel – que
tal a noite?
-Aí poderíamos pedir para Luis abrir para a gente. – Disse
Peter.
-De noite não, fica difícil procurar no escuro – disse
Miguel.
-Que tal amanhã de tarde? Nós poderíamos nos reunir em
alguma sala – sugeriu Peter.
-Poderíamos nos reunir na sala de artes. Fica no prédio
antigo, eu tenho a chave e os alunos não tem ido por causa das férias. – disse
Gabriel.
-Perfeito – concordaram os outros dois.
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